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TENSÃO NO CAMPO
Protesto foi feito por sem-terra ligados à CUT e ao MST no RS
Grupo invade fazenda da Souza Cruz
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Cerca de 5.000 integrantes da
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da Via Campesina
-organização internacional de
pequenos agricultores à qual está
ligado o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)- invadiram ontem a fazenda
Boa Vista, na BR-471, em Rio Pardo (150 km de Porto Alegre), na
divisa com Pantano Grande.
A área pertence à fabricante de
cigarros Souza Cruz.
A ação, que foi da manhã ao início da tarde, faz parte da Jornada
Nacional de Luta por Terras, Trabalho e Direitos Sociais.
Segundo os organizadores, é
inadmissível que uma empresa
estrangeira tenha milhares de
hectares sem produzir, enquanto
existem mais de 17 mil plantadores de fumo sem terra na região
do Vale do Rio Pardo.
O Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)
diz já ter feito vistoria na área e a
considerou produtiva -portanto, fora da reforma agrária.
A jornada é organizada pela
CUT, por federações, sindicatos
de trabalhadores (urbanos e rurais) e pela Via Campesina.
Encerrada a invasão, os manifestantes seguiram para Santa
Cruz do Sul (148 km de Porto Alegre), pólo nacional do fumo, onde
protestaram. "É importante estarmos sempre mostrando nosso inconformismo", diz o coordenador do MST Mário Lill.
O coordenador da Via Campesina Paulo Faccioni critica a "vergonha nacional" de, no Brasil, haver, segundo ele, 120 milhões de
hectares de terras que não produzem. Enquanto isso, "56 milhões
de pessoas passam fome": "No RS
são 120 mil famílias de sem-terra
no campo. Se os 838 latifúndios
maiores de 2.000 hectares fossem
desapropriados, já seria suficiente
para assentar 110.585 famílias".
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