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PF vai investigar corretora ligada a amigo de petebista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai incluir em
suas investigações no inquérito
aberto para apurar irregularidades no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) as informações de
que uma corretora de seguros que
pertence a um amigo do presidente nacional do PTB, Roberto
Jefferson, estaria sendo beneficiada por órgãos do governo federal.
A PF deve ainda realizar na próxima semana uma operação de
busca e apreensão envolvendo o
IRB. Até o momento, três casos de
supostos favorecimentos foram
revelados pela imprensa. Um deles envolve a Eletronuclear, publicado pela Folha na semana passada, e outros dois estão relacionados a Furnas e Infraero, trazidos
pela revista "Veja" na edição desta semana.
A empresa Assurê, do corretor
de seguros Henrique Brandão, estaria sendo beneficiada em contratações feitas por esses órgãos
desde 2003. Segundo a "Veja",
Brandão é sócio do genro de Roberto Jefferson, Marcus Vinicius
Vasconcelos Ferreira.
Em depoimento ao Ministério
Público, Jefferson reconheceu que
seu genro trabalhou na corretora
de Brandão.
No caso da Eletronuclear houve
uma recomendação para que fosse contratada a Assurê com o objetivo de intermediar um seguro
de US$ 3,6 milhões das usinas de
Angra 1 e 2 no ano passado.
O contrato permitiu à empresa
de Brandão ganhos de pelo menos US$ 360 mil. A recomendação
foi feita por carta endereçada à
Bradesco Auto-Re, do grupo Bradesco, vencedora da licitação.
O diretor de Administração e
Finanças da Eletronuclear, Carlos
Padilha, admitiu à Folha ter enviado carta ao Bradesco recomendando que a Assurê fosse mantida
como corretora no contrato com
a estatal. Padilha é filiado ao PT,
partido pelo qual foi prefeito de
Angra dos Reis.
A forma de atuação é semelhante ao apontado no caso da Infraero. De acordo com a "Veja", a estatal enviou carta à Bradesco Seguros, vencedora da licitação da
Infraero, informando que duas
corretoras -a AON e a Assurê-
deveriam ser contratadas.
A indicação das corretoras caberia ao IRB, por envolver operação de resseguro, que é monopólio estatal.
O presidente da Infraero, Carlos
Wilson, disse ontem que desde
2003 a estatal vem reduzindo o
custo do seguro e passou a contratar duas corretoras, não mais uma
como era feito antes. Wilson afirmou ainda que, após um comunicado do IRB, o instituto ficou responsável pela indicação das corretoras.
Já no caso de Furnas, a revista
diz que um diretor da estatal ligado ao PT enviou carta ao IRB entregando a operação de resseguros à Assurê. Apesar de barreiras
técnicas, o IRB aceitou, segundo a
revista, a indicação. O negócio de
Furnas giraria em torno de R$ 2,2
milhões.
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