São Paulo, domingo, 29 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BRASIL GRANDE

País espera receber R$ 120 mi; BNDES diz atuar no exterior desde 95

ONU pagará parte do gasto com missão, afirma Defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Defesa informou na última sexta-feira, em Brasília, que cerca de um terço dos gastos do governo brasileiro com a missão no Haiti deverá ser ressarcido pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Se a ONU cumprir o compromisso, que seria pagar R$ 120 milhões, os custos do Brasil com a missão seriam de R$ 220 milhões. Embora, até a semana passada, a ONU tenha repassado apenas R$ 26,7 milhões ao Brasil, o ministério afirmou que o cronograma está dentro do esperado.
A Aeronáutica informou, a respeito das diárias pagas para a equipe do AeroLula em 2004, que se esforçou para fazer treinamentos no próprio Brasil, e assim reduzir os custos das diárias.
A respeito dos custos de viagens internacionais no AeroLula, a Aeronáutica informou, no ato de apresentação do avião, em janeiro, que os custos por hora de vôo eram bem menores que os do antigo avião presidencial, o Sucatão (US$ 2.100 contra US$ 7.300).
O consumo médio de combustível do AeroLula, segundo os dados informados à imprensa, seria de 2.500 por hora, contra 6.800 do Boeing 707.
A assessoria do Ministério do Desenvolvimento, em Brasília, atribuiu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a tarefa de justificar os US$ 463 milhões concedidos em financiamentos pelo banco para seis países entre 2003 e 2005.
A assessoria do BNDES, no Rio de Janeiro, informou que "cada um destes financiamentos é dado a empresas brasileiras, para que executem obras de infra-estrutura, portanto, trata-se de exportação de produtos nacionais e serviços de engenharia realizados por técnicos brasileiros".
No ofício enviado pelo ministro Luiz Furlan ao Congresso, a área técnica do BNDES vai na mesma linha de argumentação: "Destaque-se que (...) os desembolsos de recursos são efetuados em reais, no Brasil, diretamente ao exportador brasileiro, com base nas exportações brasileiras realizadas, representativas de produção nacional e responsáveis pela geração e manutenção de empregos e postos de trabalho no país".
De acordo com a nota, assinada pelo superintendente da AEX (Área de Comércio Exterior), Luiz Antonio Araújo Dantas, e mais três técnicos, esse tipo de financiamento vem sendo executado desde, pelo menos, 1995: "O BNDES, na qualidade de agente de desenvolvimento da economia brasileira e à luz da prioridade estabelecida pelo governo federal, vem, há mais de uma década, financiando o esforço exportador das empresas brasileiras, por intermédio de suas linhas de apoio à comercialização no exterior de bens e serviços brasileiros".
(JULIA DUAILIBI E RUBENS VALENTE)

Texto Anterior: De 2003 a 2005, BNDES investiu R$ 1 bi no exterior
Próximo Texto: Gastos com treinamento inflam custo do AeroLula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.