São Paulo, domingo, 29 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BRASIL GRANDE

Gastos com treinamento inflam custo do AeroLula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em documento enviado ao Congresso, o Ministério da Defesa revelou ter gasto, em 2004, R$ 412 mil só com diárias e ajudas de custo de militares que passaram por treinamento para pilotar o Airbus presidencial, o AeroLula.
Esses gastos não estavam computados no custo final do avião (US$ 56,7 milhões). Em janeiro, o Comando da Aeronáutica havia afirmado, em texto distribuído à imprensa, no tópico "O treinamento dos pilotos do avião", que "todo esse pacote de treinamento estava incluso no contrato de aquisição, o que não implicou custos adicionais para o país".
O ministério também informou que as viagens realizadas desde janeiro com o AeroLula pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nacionais e internacionais, excetuando-se a última ida à Ásia, representaram custos de pelo menos R$ 2,8 milhões.
A maior parte do gasto está relacionada ao consumo de combustível. O governo pagou cerca de R$ 1,8 milhão por 895 mil litros de combustível. Somente nas viagens pelo interior do país, foram consumidos 757.447 litros.
Além do combustível, o avião presidencial gerou gastos com adequação da infra-estrutura do hangar, equipamentos, serviço de manutenção e reposição de peças. Esse tipo de despesa consumiu, até 30 de abril, R$ 1,032 milhão.
As informações constam do ofício número 4384, de 20 de maio, assinado pelo ministro da Defesa, José Alencar, enviado à Câmara na semana passada.
De acordo com o documento, entre janeiro de 2004 e abril de 2005 foram gastos R$ 412 mil (com o dólar a R$ 2,38) em ajuda de custo para os pilotos e mecânicos da Força Aérea Brasileira que realizaram cursos de treinamento específico para o Airbus.
Em julho de 2004, o governo pagou R$ 149.940 para manter quatro militares durante 18 dias num curso de piloto no exterior.
A partir de janeiro de 2005, somente com as diárias internacionais da tripulação em sete viagens internacionais realizadas pelo presidente no AeroLula, foram gastos quase R$ 126 mil.
A conta não inclui a despesa com as diárias dos servidores civis que integram as comitivas e dos servidores militares que prestam serviço na Presidência da República e participaram de alguns desses vôos nem os gastos com alimentação durante as viagens.
O ofício da Defesa diz que o controle dos gastos com esses servidores é do Palácio do Planalto. Além disso, só para buscar o avião presidencial, que estava na Europa para finalização da montagem, foram gastos R$ 45.220 com diárias e hospedagens de cinco militares durante 12 dias de janeiro.
A Defesa também informou que serão pagos R$ 15,45 milhões à empresa aérea TAM até 2009 em razão da realização de "serviços de manutenção programada e não programada, com fornecimento de material" para o avião presidencial. A TAM foi escolhida pelo governo para executar o serviço.(JD e RV)


Texto Anterior: ONU pagará parte do gasto com missão, afirma Defesa
Próximo Texto: Artigo: Um início pragmático
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.