São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça afasta Cassol do governo por 90 dias

Governador de Rondônia é acusado de coagir testemunhas em processo que apura suposta compra de votos e recorreu da decisão

Na sentença, juiz diz que prazo é "suficiente" para que testemunhas sejam ouvidas sem que haja uma suposta interferência dos envolvidos

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Justiça Federal determinou na noite de anteontem o afastamento, por um período de 90 dias, do governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), e a posse no cargo do vice-governador do Estado, João Aparecido Cahulla (PPS).
A sentença, do juiz substituto da 2ª Vara Federal, Flávio da Silva Andrade, atende a um pedido feito pelo Ministério Público Federal, que acusa o governador de utilizar policiais civis para coagir testemunhas no processo que apura a suposta compra de votos por Cassol, nas eleições de 2006.
Na decisão, o juiz afirma que considera "razoável" o prazo de 90 dias de afastamento, por considerá-lo "suficiente" para que as testemunhas sejam ouvidas sem a suposta interferência dos envolvidos.
O governador, que já teve seu mandato cassado em novembro de 2008 pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e retornou ao poder por força de liminar concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), recorreu ontem da decisão.
Cassol fez sua contestação ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Pediu a reformulação da sentença, alegando que os fatos descritos pelo Ministério Público não existem. "Ele está tranquilo", disse o diretor de comunicação social de Rondônia, Marco Antônio Santi.
Segundo ele, o governador continua no cargo. A decisão judicial determina o afastamento do cargo 48 horas após a notificação. Cassol ainda não foi notificado, disse o diretor.
Santi afirmou que o governador estranhou a rapidez com que o juiz substituto concedeu a sentença. "Esse processo tramita há mais de dois anos, e ele decidiu tudo em uma semana."
Segundo o diretor de comunicação do Estado, a origem do processo que investiga a suposta compra de votos envolve uma "questão pessoal" que já dura 15 anos, entre Cassol e o procurador federal no Estado Reginaldo Trindade.
Procurados ontem pela reportagem, o juiz substituto e o procurador não foram encontrados para comentar o caso.


Texto Anterior: Toda Mídia- Nelson de Sá: Do Piauí, pelo celular
Próximo Texto: Justiça: TSE absolve governador de Santa Catarina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.