|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça afasta Cassol do governo por 90 dias
Governador de Rondônia é acusado de coagir testemunhas em processo que apura suposta compra de votos e recorreu da decisão
Na sentença, juiz diz que prazo é "suficiente" para que testemunhas sejam ouvidas sem que haja uma suposta interferência dos envolvidos
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A Justiça Federal determinou na noite de anteontem o
afastamento, por um período
de 90 dias, do governador de
Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), e a posse no cargo do vice-governador do Estado, João
Aparecido Cahulla (PPS).
A sentença, do juiz substituto
da 2ª Vara Federal, Flávio da
Silva Andrade, atende a um pedido feito pelo Ministério Público Federal, que acusa o governador de utilizar policiais
civis para coagir testemunhas
no processo que apura a suposta compra de votos por Cassol,
nas eleições de 2006.
Na decisão, o juiz afirma que
considera "razoável" o prazo de
90 dias de afastamento, por
considerá-lo "suficiente" para
que as testemunhas sejam ouvidas sem a suposta interferência dos envolvidos.
O governador, que já teve seu
mandato cassado em novembro de 2008 pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e retornou ao poder por força de liminar concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), recorreu ontem da decisão.
Cassol fez sua contestação ao
STJ (Superior Tribunal de Justiça). Pediu a reformulação da
sentença, alegando que os fatos
descritos pelo Ministério Público não existem. "Ele está
tranquilo", disse o diretor de
comunicação social de Rondônia, Marco Antônio Santi.
Segundo ele, o governador
continua no cargo. A decisão
judicial determina o afastamento do cargo 48 horas após a
notificação. Cassol ainda não
foi notificado, disse o diretor.
Santi afirmou que o governador estranhou a rapidez com
que o juiz substituto concedeu
a sentença. "Esse processo tramita há mais de dois anos, e ele
decidiu tudo em uma semana."
Segundo o diretor de comunicação do Estado, a origem do
processo que investiga a suposta compra de votos envolve
uma "questão pessoal" que já
dura 15 anos, entre Cassol e o
procurador federal no Estado
Reginaldo Trindade.
Procurados ontem pela reportagem, o juiz substituto e o
procurador não foram encontrados para comentar o caso.
Texto Anterior: Toda Mídia- Nelson de Sá: Do Piauí, pelo celular Próximo Texto: Justiça: TSE absolve governador de Santa Catarina Índice
|