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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Tucano diz que adversário é "clone" de Collor e se acha acima da lei
Serra ataca aparição de Ciro na TV
RAQUEL ULHÔA
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
RAYMUNDO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
Em menos de 12 horas, o candidato tucano à Presidência, José
Serra, atacou ontem seus dois
principais adversários na disputa
eleitoral de outubro: Ciro Gomes
(PPS), por sua participação direta
no programa partidário do PTB,
infringindo a legislação eleitoral, e
o PT, por tentar envolver o governo e o PSDB num suposto esquema de espionagem de dirigentes
do partido pela Polícia Federal.
Pela manhã, em Salvador, Serra
consultou advogados da campanha sobre a possibilidade de propor medidas judiciais contra Ciro.
Mas foi informado de que, pela legislação, não há como cassar os
próximos programas eleitorais.
""O Ciro é padrão Collor. Ele se
acha acima da lei", disse Serra de
manhã em Salvador. "É um clone,
uma cópia, um fax do Collor", repetiu à tarde em Cuiabá (MT).
Serra negou enfaticamente o
envolvimento do governo e do
PSDB numa autorização obtida
pela Polícia Federal para grampear telefones de dirigentes do PT
na investigação da morte do prefeito Celso Daniel, mas defendeu
uma investigação e a "punição
dos responsáveis", se ficar comprovado que o candidato Luiz
Inácio Lula da Silva estava sendo
vítima de espionagem política.
"Se tem partido que sabe fazer o
uso da máquina é o PT", disse Serra. "Querer dizer que escândalo
do bicho, ervilha no molho de tomate e propina em Santo André
tem a ver com o governo e com o
PSDB, tenha paciência", disse.
Serra se referia às denúncias de
envolvimento de integrantes do
governo petista gaúcho com o jogo do bicho, a uma licitação da
Prefeitura de Ribeirão Preto que
exigia ervilha no molho da merenda escolar, especificação que
só poderia ser atendida por uma
empresa, e ao suposto pagamento
de propina em Santo André.
Sobre economia, Serra disse que
as turbulências vão continuar até
as eleições e serão dissipadas ""como bolha de sabão" se for eleito.
No último dia da viagem à Bahia, Serra estava incomodado por
ter sido surpreendido com a notícia do telefonema dado ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL) pela deputada Rita Camata
(PMDB-ES), sua candidata a vice.
O episódio causou o primeiro
mal-estar entre Serra e Rita na
campanha. Ela telefonou para
ACM anteontem de Brasília e, segundo o ex-senador, teria lembrado sua amizade com o deputado
Luis Eduardo Magalhães, filho de
ACM morto em abril de 98.
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