São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Tucano diz que adversário é "clone" de Collor e se acha acima da lei

Serra ataca aparição de Ciro na TV

RAQUEL ULHÔA
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR

RAYMUNDO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ

Em menos de 12 horas, o candidato tucano à Presidência, José Serra, atacou ontem seus dois principais adversários na disputa eleitoral de outubro: Ciro Gomes (PPS), por sua participação direta no programa partidário do PTB, infringindo a legislação eleitoral, e o PT, por tentar envolver o governo e o PSDB num suposto esquema de espionagem de dirigentes do partido pela Polícia Federal.
Pela manhã, em Salvador, Serra consultou advogados da campanha sobre a possibilidade de propor medidas judiciais contra Ciro. Mas foi informado de que, pela legislação, não há como cassar os próximos programas eleitorais. ""O Ciro é padrão Collor. Ele se acha acima da lei", disse Serra de manhã em Salvador. "É um clone, uma cópia, um fax do Collor", repetiu à tarde em Cuiabá (MT).
Serra negou enfaticamente o envolvimento do governo e do PSDB numa autorização obtida pela Polícia Federal para grampear telefones de dirigentes do PT na investigação da morte do prefeito Celso Daniel, mas defendeu uma investigação e a "punição dos responsáveis", se ficar comprovado que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva estava sendo vítima de espionagem política.
"Se tem partido que sabe fazer o uso da máquina é o PT", disse Serra. "Querer dizer que escândalo do bicho, ervilha no molho de tomate e propina em Santo André tem a ver com o governo e com o PSDB, tenha paciência", disse.
Serra se referia às denúncias de envolvimento de integrantes do governo petista gaúcho com o jogo do bicho, a uma licitação da Prefeitura de Ribeirão Preto que exigia ervilha no molho da merenda escolar, especificação que só poderia ser atendida por uma empresa, e ao suposto pagamento de propina em Santo André.
Sobre economia, Serra disse que as turbulências vão continuar até as eleições e serão dissipadas ""como bolha de sabão" se for eleito.
No último dia da viagem à Bahia, Serra estava incomodado por ter sido surpreendido com a notícia do telefonema dado ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) pela deputada Rita Camata (PMDB-ES), sua candidata a vice. O episódio causou o primeiro mal-estar entre Serra e Rita na campanha. Ela telefonou para ACM anteontem de Brasília e, segundo o ex-senador, teria lembrado sua amizade com o deputado Luis Eduardo Magalhães, filho de ACM morto em abril de 98.


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