DA REPORTAGEM LOCAL

Alberto Zacharias Toron, advogado do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, disse ontem estar satisfeito com a absolvição de seu cliente pelos crimes de desvio de dinheiro mas, ao mesmo tempo, surpreso com o que ele considerou ser uma pena excessiva. Nicolau foi condenado a oito anos em regime semi-aberto, a ser cumprido em colônia agrícola.
"Os outros denunciados foram absolvidos de todos os crimes. Nicolau, por sua vez, teve uma condenação muito alta, o que realmente me surpreendeu", disse o advogado, que irá recorrer da pena de prisão de primeira instância.
Quanto ao direito de seu cliente de cumprir a pena em regime semi-aberto, ele afirmou que teve conhecimento disso por meio da sentença. Nicolau precisará esperar por uma vaga em uma das duas colônias agrícolas existentes em São Paulo, o que pode levar de 15 a 20 dias.
Ao tomar conhecimento da decisão judicial, Toron ligou para seu cliente na carceragem da Polícia Federal. "Falei com Nicolau e ele se mostrou feliz por ter sido inocentado da principal acusação, que era o desvio de dinheiro do tribunal, mas também não entendeu o fato de ter sido condenado em outros crimes", disse.
"O importante é que ele foi inocentado das acusações de estelionato, peculato, formação de quadrilha e corrupção passiva", afirmou Toron, que deverá encontrar-se amanhã com seu cliente. De acordo com a decisão do juiz, Nicolau está proibido de apelar em liberdade, devendo continuar preso.
Para a pena de tráfico de influência, não houve denúncia por parte do Ministério Público Federal. Por isso, o advogado entende que não é possível aplicar uma condenação para um crime do qual Nicolau sequer foi acusado.
O advogado do juiz aposentado afirmou que tomou conhecimento da sentença judicial por meio da imprensa. "Agora preciso analisar a sentença judicial, que tem aproximadamente 300 páginas, e depois apresentar o recurso."


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