São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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PAINEL

Última chance
Está sobre as mesas de José Sarney e João Paulo Cunha uma fórmula que evitaria a convocação extraordinária do Congresso em julho. Se furar, caberá a Lula chamar os deputados para trabalhar e pagar a conta, estimada em mais de R$ 50 mi.

Falta combinar
Pelo esquema alternativo, os trabalhos seriam prorrogados até 15 de julho e retomados um mês depois para que Câmara e Senado ratificassem o que a outra Casa votou. O problema é que os deputados querem receber pelo esforço adicional.

Papai Noel
Para apoiar o PT na eleição municipal, o PTB acertou generosa compensação com o Planalto: ajuda para se tornar a segunda bancada da Câmara, mais um ministério e preferência na negociação para a vice de Lula em 2006. Há quem diga que o terceiro item é terreno na Lua.

Território demarcado
A expansão do PTB deverá se dar às custas especialmente do PPS. Não é à toa que aumentou a tensão entre os dois líderes da sigla, o governista Ciro Gomes e o oposicionista Roberto Freire.

Epicentro 1
De um petista não-paulista, sobre recente reunião "secreta" de cardeais do partido com berço político nesse Estado: "Isso confirma que as dificuldades do governo Lula começam e terminam nos petistas de São Paulo".

Epicentro 2
Segue o petista não-paulista sobre o encontro, no qual os presentes teriam decidido ejetar Aldo Rebelo (PC do B) da Coordenação Política e garantir a reeleição de João Paulo Cunha: "É sempre assim. Eles criam dez problemas e depois fazem uma reunião para resolver dois".

Melhor dizendo
No lançamento da candidatura de Marta Suplicy, alguém observou que João Paulo, sentado entre José Dirceu e Aldo Rebelo, mais parecia "algodão entre cristais". Ou "rastilho de pólvora", emendou outro espectador.

Dose dupla
O resumo de jornais e revistas que a Radiobrás distribui a assinantes circulou no fim de semana com a reprodução da publicidade oficial nesses veículos.

Ciranda da marquetagem
Conclusão tucana a respeito da semelhança entre os slogans criados em 1992 e em 2004 pelo hoje publicitário petista: "Maluf faz, Marta faz bem-feito e Duda Mendonça faz de conta".

Por exclusão
Observação de um experiente intérprete de pesquisas: o sucesso de José Serra com o eleitorado feminino, detectado pelo mais recente Datafolha, deve-se menos aos encantos do tucano do que à pesada rejeição desse público a Marta Suplicy.

Associados 1
O Planalto envia nesta semana ao Congresso projeto de criação de consórcios públicos. A idéia é permitir que municípios vizinhos se associem para tratar de problemas como a coleta de lixo.

Associados 2
O projeto dos consórcios permitirá que prefeituras associadas nomeiem funcionários para tocar projetos. Críticos temem novos cabides de empregos.

Visita à Folha
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marco Aurelio Fuchida, superintendente da OCB, de Américo Utumi, diretor da ACI (Aliança Cooperativa Internacional) e assessor da presidência da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), de Jayme Brener, assessor de imprensa da OCB, e de Fernando Ripari Jr., assessor de imprensa da Ocesp.

TIROTEIO

Do deputado Ivan Valente (SP), da esquerda petista, sobre a decisão da Executiva Nacional do partido de punir os parlamentares que votaram a favor de um salário mínimo maior:
-É a desfiguração do PT. Dócil com banqueiros, duro com quem defende a história do partido. E os que recebem salário mínimo que se danem.

CONTRAPONTO

Conversão instantânea

Na quarta passada, durante a votação do mínimo na Câmara, Professor Luizinho zombou de Chico Alencar. O líder do governo disse que derrotaria o colega, representante da esquerda petista, duas vezes naquele dia: com a vitória dos R$ 260 e a do Santo André sobre o Flamengo.
Alencar rebateu que o jogo, pelo contrário, seria sua vingança. À noite, olhos grudados na TV, recebeu a visita de Milton Temer, do recém-criado PSOL.
Vascaíno, o ex-deputado se divertia com a dor do amigo: o Santo André vencia por 2 a 1.
-Nem isso conseguirei-, lamentou Alencar, relembrando a conversa matinal com Luizinho.
O Temer radical falou mais alto que o vascaíno e ele passou a torcer desesperadamente pelo Flamengo. Deu certo: o time do Rio empatou, garantindo a vantagem na partida de amanhã.
-Para tristeza do Luizinho-, espezinhou Alencar.


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