São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2005 |
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TODA MÍDIA Nelson de Sá Nos palcos
No enunciado do "Jornal
Nacional", "governo e
oposição batem boca na CPI dos
Correios". Entende-se a exasperação na CPI das Correios. Ontem na comissão foi "o dia do araponga", segundo a Jovem Pan. Eram três, um nem foi e dois receberam pouca atenção. Os canais de notícias só fizeram entradas rápidas. E os enunciados, na Folha Online como na Globo, diziam que um deles confirmou que os R$ 3.000 entregues a Maurício Marinho, na fita dos Correios, eram "propina". Diante dos milhões de Valério, pouco importa a "propina" nos Correios. E assim os holofotes todos, nos canais de notícias e depois nos telejornais, se voltaram ao Conselho de Ética, que ontem trazia no palco a estrela do dia, Fernanda Karina. Foram quase cinco horas de transmissão, sob a pressão de parlamentares governistas do PT ao PL, até chegar à manchete da Folha Online: - Ex-secretária de Marcos Valério nega conhecer origem de suposto mensalão. Depois, abrindo a escalada de manchetes do "JN": - Acusações e contradições. A secretária Fernanda Karina desmente explicação de Valério para os saques em bancos, mas mostra dúvidas sobre a origem do dinheiro movimentado pelo empresário. Ele não viria de estatais, como Fernanda dizia nas primeiras entrevistas. A PRESSÃO Do âncora Boris Casoy, ao Portal Imprensa: - No começo da administração do PT, pressionaram a direção violentamente para me tirar da Record. Chegaram a ameaçar com corte de publicidade: - Eles me atacaram muito no caso Banestado. Agora eu entendo o porquê, pelo menos suponho... Queriam que eu não cobrisse mais o caso Celso Daniel. No ar, Ciro O neo-socialista Ciro Gomes ressurgiu nos telejornais, rádios e sites, com palavras medidas sobre o "mensalão": - Eu me recuso a crer. Até hoje continuo não acreditando que seja verdade. O que acho que pode haver é a desagradável crônica do financiamento de campanha no Brasil. Mesa-redonda Depois de certo vaivém, Jô Soares entrevistou o ex-petista Fernando Gabeira anteontem de madrugada, na Globo. E ontem, segundo a Folha Online, abriria seu programa para uma "mesa-redonda" com quatro jornalistas brasilienses, todas elas mulheres, em debate sobre a crise. "QUE FOI, MÃE?"
Do blog de Soninha: - ACM afirmou, em reunião com a Fiesp, que é necessário "mudar o rumo moral". Podem comentar. Eu me abstenho. Mas ela, que é estrela ascendente no PT (veja ilustração acima), não esconde o problema: - Júlia, minha filha, me viu triste e perguntou: "Que foi, mãe? Vão te expulsar do PT?". Claro que ela ouve as notícias todas e não entende nada. Sabe que tem alguma coisa aí com o PT que não é boa. Só me ocorreu dizer: "Júlia, sabe quando alguém da sua classe faz coisa errada e a classe toda leva a culpa?". Outros petistas se mostram "tristes" e perdidos. Na manchete do site Carta Maior, ontem, "Crise e discursos contraditórios desorientam militância petista". Entre as mensagens contraditórias, "denúncias de corrupção e golpismo, ofertas de ministérios para PMDB e pedidos de "despetização" do governo". Em suma, "a esquerda brasileira e a militância petista em particular vivem dias difíceis". @ - nelsondesa@folhasp.com.br Texto Anterior: Ação do Rural contra Valério é desarquivada Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/O publicitário: DNA foi multada por dinheiro sem origem Índice |
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