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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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PAINEL

Pílula de açúcar
Lula tentou acalmar os governadores do NE -insatisfeitos com a reforma tributária- com promessas de obras e de programas sociais. Só conseguiu irritá-los ainda mais. Em geral, acham que perderam boa oportunidade de tratar do que interessa de fato: a redistribuição de receitas.

Limite do possível
Lula fez o que Antonio Palocci (Fazenda) queria, não se comprometendo ontem com nenhuma mudança na reforma tributária. O ministro acha que a União não tem de ceder em mais nada aos Estados, sob o risco de torná-la insignificante.

Melhor do que nada
Os governadores continuarão a defender, em discurso oficial, a divisão imediata da CPMF com Estados e municípios. Mas nos bastidores já trabalham para que a partilha seja aprovada para 2005 ou, pelo menos, 2006.

Pressão total
Um dia antes da votação da reforma da Previdência na Câmara, prevista para a quarta da próxima semana, governadores, prefeitos e vice-prefeitos do PT vão se reunir em Brasília. Deverá ser aprovada nota ressaltando o apoio ao projeto de Lula.

Outros tempos
Trecho do livro "Lula, o predestinado", a ser lançado hoje em Brasília, no qual o historiador Harrison Oliveira comenta o embate entre José Genoino e os radicais do PT: "Um velho guerreiro do Araguaia (...) procura atar uma mordaça nos velhos companheiros de luta".

De mudança
Sandra Starling, secretária-executiva do Ministério do Trabalho, foi exonerada por Jaques Wagner. O ministro alegou oficialmente que teve divergências na condução administrativa da pasta. Ex-deputada federal, Sandra é da esquerda petista.

Lobby genérico
Fabricantes de medicamentos procuraram os líderes dos partidos na Câmara. Trabalham para derrubar a medida provisória que dá poder ao governo para controlar os preços do setor.

Verba científica
O ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) assina hoje convênio de R$ 25 milhões para bolsas de pesquisa e projetos científicos no Estado de SP.

No próprio quintal
Geraldo Alckmin (PSDB-SP) tem razão ao dizer que há uma articulação política por trás de invasões. No início de julho, Eugito Boa Ventura ajudou a organizar a ocupação por sem-teto de terreno da Prefeitura de SP. Detalhe: ele é filiado ao PSDB.

Por todos os lados
Dias antes da invasão do terreno da Volkswagen, o vereador petista Aldo Santos, de São Bernardo do Campo (SP), fez discurso na Câmara incitando ocupações: "Vamos levantar umas áreas legais e entrar. Ou vão esperar que alguém leve vocês para lá, achando que merecem?".

Acabou o problema
No centro de SP, o Fome Zero virou atrativo para shows de strip-tease e de sexo explícito. Ontem, um carro de som anunciava que doações para o programa dariam direito a ingressos. Vestida, Rita Cadillac cantaria no início do espetáculo, protagonizado por 15 "dançarinas".

Direitos iguais
Candidato à presidência da OAB de São Paulo, Roberto Ferreira vai requerer à entidade que todos os advogados que concorrem ao cargo tenham representação na comissão eleitoral que organizará a disputa, a ser realizada no final de novembro.

Na Justiça
Ferreira, que não teve suas contas rejeitadas quando foi presidente da Caixa de Assistência dos Advogados, tem uma ação na Justiça pedindo a anulação da última eleição para a presidência da OAB-SP, realizada em 2000. Diz que houve fraude.

TIROTEIO

Do senador Romeu Tuma (PFL-SP), sobre a onda de invasões no campo e nas cidades:
-Se o governo federal não abrir os olhos, a situação ficará incontrolável. Vão dizer que estou louco, mas, se isso acontecer, será preciso chamar as Forças Armadas.

CONTRAPONTO

Paciente rebelde

O governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), foi inaugurar uma obra em Salesópolis, no interior do Estado, dois dias depois do assassinato de Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, em janeiro de 2002.
Alckmin havia sido aconselhado por assessores e amigos a não ir ao ato, pois todos lhe fariam perguntas sobre a morte de Celso Daniel. Mas o governador insistiu e compareceu ao evento.
Assim que chegou a Salesópolis, ele foi avisado de que o prefeito Francisco Rodrigues Corrêa (PTB), conhecido como Quico, estava internado. Mas, quando subiu ao palanque, deu de cara com o prefeito, que havia saído da UTI diretamente para encontrá-lo. O médico Alckmin fez então um apelo:
-Por favor, volte para a UTI. Se o senhor morrer, vão dizer que eu estou matando prefeitos.
Quico disse que ficaria. E desmaiou no meio da cerimônia.


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