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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Sarney cobra ação do governo contra movimento "fora-da-lei"

JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a "obrigação de agir" contra os movimentos sociais que eventualmente agirem fora da lei. Leia abaixo a entrevista concedida à Folha, por telefone.
 

Folha - Há a radicalização dos movimentos sociais no governo do PT?
José Sarney -
Acho que existe sempre uma linha muito tênue entre os movimentos sociais, os sociais radicais e os revolucionários. Os movimentos sociais são saudáveis e legítimos dentro de uma sociedade democrática, de confronto. Se for só isso, é positivo. Mas, quando esses movimentos descambam para a radicalização, aí a coisa pode ficar negativa, porque pode prejudicar as instituições e a normalidade do país.

Folha - O sr. acha que é isso que está acontecendo agora?
Sarney -
Há coisas que ainda estão em terreno indefinido. O governo Lula foi eleito para diminuir a tensão social e, por isso, é o governo que tem condições de impor concessões à elite nesse ambiente. Mas, no momento em que se radicaliza, as energias deixam de se concentrar nas reivindicações. Há dois tipos de conflito: os que são legais, que fazem parte de uma sociedade democrática, e os que estão fora da lei, perante os quais o governo tem obrigação de agir.

Folha - O sr. acha que os movimentos mais radicais estão puxando a corda para ver até onde o governo petista aguenta?
Sarney -
Esses movimentos não podem exacerbar-se e se transformar em movimentos revolucionários. O que têm de ver é que prejudicam o governo Lula.

Folha - O sr. acha que o governo deveria ser mais duro?
Sarney -
Acho que o governo deve usar todos os seus instrumentos dentro da lei. Cito, nesse caso, Rui Barbosa (1849-1923): "Fora da lei não há salvação".


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