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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Em nota, CPT declara apoio a líder do MST

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) emitiu nota ontem apoiando as declarações do coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, que, na semana passada, gerou polêmica ao definir o movimento como um "exército de 23 milhões de pessoas que não podem dormir enquanto não acabarem com eles [latifundiários]".
Em nota intitulada "A quem interessa pôr lenha na fogueira?", a CPT diz que Stedile apenas reforçou o que entidades sociais diziam. Para a comissão, as "elites fundiárias" é que buscam criar um clima de instabilidade social.
A CPT, braço da Igreja Católica ligado à questão agrária, apóia o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
"O dirigente do MST não disse mais nada do que o que já, há muitos anos, CPT, MST, movimento sindical e demais movimentos sociais do campo e da cidade vêm afirmando e proclamando: "A força dos trabalhadores está no seu número". E essa força deve ser utilizada para alterar a realidade em que vive hoje o povo", diz a nota da comissão.
E continua: "As elites latifundiárias de nosso país, organizadas em suas entidades de classe e apoiadas por setores da imprensa, diante do crescimento das organizações sociais do campo e de suas mobilizações, buscam de toda forma criar um clima de instabilidade social e influenciar a opinião pública, para que o governo adote medidas punitivas e coercitivas contra os movimentos dos trabalhadores e para impedir que a reforma agrária se concretize".
Para a CPT, as declarações de Stedile foram retiradas de contexto para "colocar lenha na fogueira e fazer delas um cavalo de batalha". A comissão legitima as mobilizações dos sem-terra.
"Se o poder público não adota medidas concretas para que esse direito possa ser exercido, cabe a pressão para que isso se efetive", afirma a nota, ressaltando que o MST busca formas democráticas de pressão.


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