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Em nota, CPT declara apoio a líder do MST
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPT (Comissão Pastoral da
Terra) emitiu nota ontem apoiando as declarações do coordenador
nacional do MST, João Pedro Stedile, que, na semana passada, gerou polêmica ao definir o movimento como um "exército de 23
milhões de pessoas que não podem dormir enquanto não acabarem com eles [latifundiários]".
Em nota intitulada "A quem interessa pôr lenha na fogueira?", a
CPT diz que Stedile apenas reforçou o que entidades sociais diziam. Para a comissão, as "elites
fundiárias" é que buscam criar
um clima de instabilidade social.
A CPT, braço da Igreja Católica
ligado à questão agrária, apóia o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
"O dirigente do MST não disse
mais nada do que o que já, há
muitos anos, CPT, MST, movimento sindical e demais movimentos sociais do campo e da cidade vêm afirmando e proclamando: "A força dos trabalhadores está no seu número". E essa
força deve ser utilizada para alterar a realidade em que vive hoje o
povo", diz a nota da comissão.
E continua: "As elites latifundiárias de nosso país, organizadas
em suas entidades de classe e
apoiadas por setores da imprensa,
diante do crescimento das organizações sociais do campo e de suas
mobilizações, buscam de toda
forma criar um clima de instabilidade social e influenciar a opinião
pública, para que o governo adote
medidas punitivas e coercitivas
contra os movimentos dos trabalhadores e para impedir que a reforma agrária se concretize".
Para a CPT, as declarações de
Stedile foram retiradas de contexto para "colocar lenha na fogueira
e fazer delas um cavalo de batalha". A comissão legitima as mobilizações dos sem-terra.
"Se o poder público não adota
medidas concretas para que esse
direito possa ser exercido, cabe a
pressão para que isso se efetive",
afirma a nota, ressaltando que o
MST busca formas democráticas
de pressão.
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