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PRIVATIZAÇÃO
Fiscalização do setor hoje se resume a 140 pessoas; presidente da agência nega que haja insuficiência
Anatel possui 38% dos fiscais previstos
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O atual quadro de fiscais da
Agência Nacional de Telecomunicações se
resume a cerca
de 140 profissionais, o que representa 38% da equipe de fiscalização prevista na sua estrutura.
Esse é o poder efetivo que a Anatel tem para fiscalizar o setor de
telefonia, cuja privatização está
marcada para hoje.
O presidente da agência, Renato
Guerreiro, disse ontem que a Anatel está preparada para fiscalizar as
empresas após a privatização.
Ele disse que a agência contará
com cerca de 680 fiscais, mas a Folha apurou que só 50% deles terão
identificação profissional para essa função. Os demais terão funções de apoio à fiscalização.
"A partir dos contratos de concessão que foram assinados com
as operadoras, temos todos os mecanismos necessários para fiscalizar o setor", afirmou Guerreiro.
Os contratos determinam, entre
outros pontos, obrigações de universalização do serviço e padrões
de qualidade que devem ser seguidos pelas operadoras. Eles prevêem multas de até R$ 50 milhões.
Renato Guerreiro explicou que
essas multas só poderão ser aplicadas a partir do ano 2000, quando
as metas previstas nos contratos
de concessão terão que ter sido
cumpridas pelas operadoras.
A única exceção é a multa de até
R$ 40 milhões que pode ser aplicada se a qualidade do serviço cair
devido ao enxugamento excessivo
do quadro de funcionários.
"Estamos prontos para atuar.
Nossas equipes têm perfeitas condições de zelar pelos direitos dos
cidadãos", afirmou Guerreiro.
O presidente da Anatel informou que a equipe de fiscalização
da agência em São Paulo terá 171
profissionais.
A equipe do Rio terá cerca de 80
fiscais, que também será responsável pelo Espírito Santo.
Renato Guerreiro divulgou um
balanço das reclamações já encaminhadas à Anatel desde a instalação da agência, em novembro do
ano passado.
Foram 134 reclamações contra
serviços telefônicos, sendo que a
Telerj está no primeiro lugar nesse
levantamento (com 82 reclamações). Em seguida vêm a Telesp (16
reclamações) e a Telemig (6 reclamações).
Outras 82 mensagens enviadas
por consumidores à Anatel se referem a pedidos de informação,
sugestões e reclamações sobre a
qualidade de outros serviços do
setor.
Segundo estimativa de Guerreiro, 62,5% das reclamações enviadas foram resolvidas.
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