da Agência Folha

As explosões em duas subestações repetidoras da Embratel em Santa Catarina foram provocadas por espécies de bombas-relógio que detonaram simultaneamente.
Essa informação foi confirmada pelo gerente-geral da Embratel em Santa Catarina, Danilo Cunha, após contatos com técnicos da empresa que trabalhavam na recuperação dos cabos.
"Temos a confirmação de que foram usados artefatos de programação de tempo, que programaram as explosões ao mesmo tempo nas duas torres, distantes 60 quilômetros uma da outra", disse ele.
As estações de Correia Pinto e Borel (centro-sul catarinense) tiveram os canos de transmissão estilhaçados e os cabos telefônicos rompidos. "Pelo tipo de ação, quem provocou a explosão entendia de telecomunicações e sabia usar explosivos", disse o gerente.
O gerente negou que a segurança das 22 torres fosse falha e disse que havia um controle remoto com sensores nos prédios das estações, monitoradas 24 horas por dia.
"Não ficam guardas em estações remotas." Contudo, desde o atentado de anteontem, as centrais catarinenses estão protegidas por seguranças privados armados.
A Embratel estima terminar até às 12h de hoje a manutenção nas duas torres e voltar à operação. Um esquema especial de iluminação seria montado para que os trabalhos pudessem virar a noite.
Os reparos às duas estações começaram às 11h de ontem, depois que a Polícia Federal terminou a coleta de dados no local.

Perícia
A PF encontrou resíduos de explosivos nas duas estações da Embratel em Santa Catarina. Segundo a PF, eles selecionaram linhas de alta complexidade para afetar o funcionamento do sistema telefônico. Nenhuma testemunha foi encontrada até ontem para dar pistas sobre os prováveis autores.
O material recolhido deverá ser encaminhados para o Instituto Nacional de Criminalística, órgão que concentra em Brasília os equipamentos mais sofisticados de polícia científica da PF.