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GOVERNO
FHC reafirma que ministro continua; segundo líder no Senado, depoimento não foi um "desastre"
Ovídio confirma que privilegiou Goiás
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
O depoimento do secretário
Ovídio de Ângelis (Políticas Urbanas) no Congresso deixou claro
que ele privilegiou Goiás na liberação de verbas da extinta Secretaria de Políticas Regionais.
Apesar das evidências, o presidente Fernando Henrique Cardoso, que informou não ter visto o
depoimento na TV, reafirmou
ontem que Ovídio fica no cargo.
"O presidente considera que o
ministro cumpriu com o seu dever ao expor ao Congresso as explicações que ele (FHC) tinha recebido", disse o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.
Na segunda-feira passada, FHC
recebeu o secretário no Palácio do
Planalto para ouvir suas explicações, consideradas "satisfatórias".
Dos recursos do Orçamento
que Ovídio pôde definir livremente (R$ 24 milhões), 41% foram para Goiás (R$ 10 milhões),
seu Estado. Esses recursos fazem
parte das verbas destinadas à defesa civil -R$ 51 milhões no total.
A Folha apurou que, há cerca de
dois meses, em reunião com a
bancada do PMDB de Goiás, Ovídio loteou os recursos para a defesa civil, orientando o encaminhamento de projetos somando R$
800 mil por parlamentar.
Os deputados pressionavam o
ministro por liberação de verbas
para o Estado. O próprio Ovídio
afirmou durante o depoimento
que passou 13 meses na secretaria
"sem fazer nada para Goiás".
O depoimento não foi "um desastre", como temia o governo,
segundo o líder no Senado, José
Roberto Arruda (PSDB-DF):
"Não surgiu nenhuma irregularidade, nenhuma denúncia nova".
O ministro não negou a liberação de verbas para Goiás às vésperas de deixar o cargo, em 16 de julho. Ele liberou R$ 32,2 milhões
para Goiás, 63% do total liberado
pela secretaria (R$ 49,6 milhões).
Para se defender da acusação de
uso político dos recursos, Ovídio
usou dados gerais, incluindo verbas que não poderiam ser manipulados por opção pessoal.
Ele afirmou que, do total de R$ 1
bilhão em recursos, R$ 481 milhões estavam liberados. Foram
empenhados R$ 248 milhões,
sendo R$ 32 milhões para Goiás.
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