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Haass pede mais ação do Brasil na região
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
O embaixador Richard Haass,
diretor do Escritório de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado dos EUA, crê
que o Brasil (independentemente
da orientação política de seu próximo presidente) deva ter uma
participação mais ativa na resolução de problemas geopolíticos regionais, como os existentes na
Colômbia e na Venezuela.
"Conversei com o governo brasileiro e disse que o país deve incentivar o diálogo entre Chávez e
a oposição", afirmou Haass, referindo-se ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, em entrevista
coletiva realizada ontem em São
Paulo. "As diferenças têm de ser
resolvidas constitucionalmente e
pacificamente", salientou.
Para o embaixador, que escreveu vários livros sobre a política
externa dos EUA, não há solução
militar para a guerra civil colombiana. Contudo o "componente
militar" é necessário para "proteger a população" e para pressionar os guerrilheiros, ainda segundo ele. "Não falamos de enviar
soldados brasileiros à Colômbia",
ressaltou, acrescentando que o
Brasil terá de contribuir para a resolução do conflito colombiano.
Quanto ao processo eleitoral
brasileiro, Haass, que se encontrou com assessores dos três principais candidatos a presidente, foi
diplomaticamente entusiasta e
evasivo. "É impressionante ver a
democracia funcionando", disse
em alusão à agitação política
atual. Mas, quando questionado
sobre as preferências de seu governo, sorriu e respondeu: "Não
nasci ontem. Os EUA respeitarão
a escolha dos brasileiros".
Reconhecendo que Washington ainda aplica restrições comerciais que dificultam o livre comércio -porém enfatizando que os
EUA são o país mais aberto do
planeta-, o embaixador defendeu a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e argumentou
que a livre circulação de mercadorias deveria "beneficiar todos os
países" do continente americano.
"Caberá ao governo de cada
país estabelecer os mecanismos
de segurança necessários para
proteger as pessoas ou as empresas que puderem ser prejudicadas. Porém trata-se de uma época
de excelentes oportunidades para
o comércio", declarou Haass.
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