São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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PARANÁ

Beto Richa, que concorre ao governo, também era alvo de solicitação

Juiz nega pedido de liminar para cassar Taniguchi

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O juiz da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba, Espedito dos Reis Amaral, negou ontem o pedido de liminar de ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral, que defendia a cassação dos direitos políticos do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), e do vice-prefeito licenciado e candidato ao governo, Beto Richa (PSDB).
O pedido de cassação dos direitos e afastamento imediato do prefeito do cargo e do candidato do pleito foi feito na última sexta-feira pelo promotor eleitoral Valclir Natalino da Silva.
A ação estava baseada nas investigações que apontam uso de caixa dois na campanha de reeleição de Taniguchi, em 2000.
No despacho do final da tarde de ontem, o juiz considerou que o pedido "foi baseado em provas produzidas fora do crivo e dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa".
A negativa da liminar não significa o arquivamento da ação. Amaral determinou que o caso siga o ritmo normal até o julgamento do mérito e impôs segredo de Justiça no seu andamento.
Na "ação declaratória de nulidade do ato jurídico cumulada com investigação judicial e cassação do registro ou diploma e do mandato" contra Taniguchi e Richa, o promotor também pedia aplicação de multa de R$ 262 milhões ao prefeito. O valor corresponderia a dez vezes o que Silva levou em conta como sendo o gasto paralelo -R$ 26,2 milhões- aplicado na reeleição do prefeito.
O valor oficial declarado à Justiça Eleitoral por Taniguchi foi de R$ 3,2 milhões.
Caso o juiz acatasse o pedido, além de Taniguchi ser afastado imediatamente do cargo, Richa corria o risco de ser declarado inelegível ao governo do Paraná.
Amaral não quis comentar sua decisão. As informações foram dadas pela assessoria de comunicação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A Agência Folha não conseguiu entrar em contato com os advogados de defesa de Taniguchi e Richa. Anteriormente eles negaram a existência de problemas com as contas de 2000.
As investigações sobre as suspeitas de caixa dois na campanha de Curitiba começaram em novembro passado, a partir de reportagem da Folha.
A mando do juiz Amaral, a Polícia Federal abriu um inquérito em dezembro. A investigação da PF foi concluída há cerca de um mês.


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