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PARANÁ
Beto Richa, que concorre ao governo, também era alvo de solicitação
Juiz nega pedido de liminar para cassar Taniguchi
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O juiz da 1ª Zona Eleitoral de
Curitiba, Espedito dos Reis Amaral, negou ontem o pedido de liminar de ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral, que defendia a cassação dos direitos políticos do prefeito de Curitiba,
Cassio Taniguchi (PFL), e do vice-prefeito licenciado e candidato ao
governo, Beto Richa (PSDB).
O pedido de cassação dos direitos e afastamento imediato do
prefeito do cargo e do candidato
do pleito foi feito na última sexta-feira pelo promotor eleitoral Valclir Natalino da Silva.
A ação estava baseada nas investigações que apontam uso de
caixa dois na campanha de reeleição de Taniguchi, em 2000.
No despacho do final da tarde
de ontem, o juiz considerou que o
pedido "foi baseado em provas
produzidas fora do crivo e dos
princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa".
A negativa da liminar não significa o arquivamento da ação.
Amaral determinou que o caso siga o ritmo normal até o julgamento do mérito e impôs segredo de
Justiça no seu andamento.
Na "ação declaratória de nulidade do ato jurídico cumulada com
investigação judicial e cassação
do registro ou diploma e do mandato" contra Taniguchi e Richa, o
promotor também pedia aplicação de multa de R$ 262 milhões ao
prefeito. O valor corresponderia a
dez vezes o que Silva levou em
conta como sendo o gasto paralelo -R$ 26,2 milhões- aplicado
na reeleição do prefeito.
O valor oficial declarado à Justiça Eleitoral por Taniguchi foi de
R$ 3,2 milhões.
Caso o juiz acatasse o pedido,
além de Taniguchi ser afastado
imediatamente do cargo, Richa
corria o risco de ser declarado inelegível ao governo do Paraná.
Amaral não quis comentar sua
decisão. As informações foram
dadas pela assessoria de comunicação do TRE (Tribunal Regional
Eleitoral). A Agência Folha não
conseguiu entrar em contato com
os advogados de defesa de Taniguchi e Richa. Anteriormente eles
negaram a existência de problemas com as contas de 2000.
As investigações sobre as suspeitas de caixa dois na campanha
de Curitiba começaram em novembro passado, a partir de reportagem da Folha.
A mando do juiz Amaral, a Polícia Federal abriu um inquérito em
dezembro. A investigação da PF
foi concluída há cerca de um mês.
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