|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CUT, 20 ANOS
Após esperar cerca de 2 horas para discursar, presidente afirma na central que, se quisesse aplausos, não teria feito reformas
País vive momento transcendental, diz Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao defender as reformas tributária e da Previdência para uma
platéia de sindicalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou que o país passa por um
"momento transcendental" e pediu para que não fossem jogadas
todas as responsabilidades nas
suas costas.
"Vivemos uma coisa tão transcendental, que talvez não tenhamos consciência do que vivemos", afirmou o presidente, ao
discursar ontem à noite para cerca de mil pessoas, durante comemoração do 20º aniversário da
CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Bernardo do
Campo (SP).
Apesar de ter esperando por
cerca de duas horas para falar, Lula vestiu um boné da CUT e chamou os sindicalistas de "filhos
que às vezes são exigentes e que
cobram coisas que não podemos
dar". Durante as negociações da
reforma da Previdência, a central
criticou o governo federal e teve
muitos dos seus pleitos, como o
aumento do teto do INSS para R$
4.800, rejeitados.
O presidente afirmou que, "se
quisesse aplausos, não teria feito a
reforma da Previdência". Segundo ele, a reforma não era tão necessária para o governo federal
quanto era para os Estados.
Lula parabenizou o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e o
chamou de "herói competente"
por ter brigado pela reforma, lembrando que Berzoini é um sindicalista.
Como tem feito em todos os
seus discursos, o presidente usou
metáforas para ilustrar o momento vivido por seu governo. Ao defender as reformas, disse que às
vezes é mais fácil as coisas ficarem
do jeito que estão e deu como
exemplo um casamento que não
vai bem. "É mais fácil enrolar, fingindo que está bem, do que dizer:
"Olha, nego, vamos separar"."
Disse que a negociação para fazer as mudanças é um jogo de força política. "Como futebol, às vezes a gente ganha, às vezes a gente
perde", afirmou o presidente.
Lula afirmou que CUT tem de
ter consciência de que pelo menos
um terço das pessoas que fazem
parte do governo estão ligadas ao
sindicalismo.
"Não quero benevolência nem
vocês devem aceitar. Há um jogo
a ser feito. Sabemos das dificuldades e, portanto, a responsabilidade não é minha, mas é nossa."
Texto Anterior: Risco-Nanquim Próximo Texto: Estatais cobriram parte dos R$ 700 mil da festa Índice
|