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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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CUT, 20 ANOS

Após esperar cerca de 2 horas para discursar, presidente afirma na central que, se quisesse aplausos, não teria feito reformas

País vive momento transcendental, diz Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao defender as reformas tributária e da Previdência para uma platéia de sindicalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país passa por um "momento transcendental" e pediu para que não fossem jogadas todas as responsabilidades nas suas costas.
"Vivemos uma coisa tão transcendental, que talvez não tenhamos consciência do que vivemos", afirmou o presidente, ao discursar ontem à noite para cerca de mil pessoas, durante comemoração do 20º aniversário da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Bernardo do Campo (SP).
Apesar de ter esperando por cerca de duas horas para falar, Lula vestiu um boné da CUT e chamou os sindicalistas de "filhos que às vezes são exigentes e que cobram coisas que não podemos dar". Durante as negociações da reforma da Previdência, a central criticou o governo federal e teve muitos dos seus pleitos, como o aumento do teto do INSS para R$ 4.800, rejeitados.
O presidente afirmou que, "se quisesse aplausos, não teria feito a reforma da Previdência". Segundo ele, a reforma não era tão necessária para o governo federal quanto era para os Estados.
Lula parabenizou o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e o chamou de "herói competente" por ter brigado pela reforma, lembrando que Berzoini é um sindicalista.
Como tem feito em todos os seus discursos, o presidente usou metáforas para ilustrar o momento vivido por seu governo. Ao defender as reformas, disse que às vezes é mais fácil as coisas ficarem do jeito que estão e deu como exemplo um casamento que não vai bem. "É mais fácil enrolar, fingindo que está bem, do que dizer: "Olha, nego, vamos separar"."
Disse que a negociação para fazer as mudanças é um jogo de força política. "Como futebol, às vezes a gente ganha, às vezes a gente perde", afirmou o presidente.
Lula afirmou que CUT tem de ter consciência de que pelo menos um terço das pessoas que fazem parte do governo estão ligadas ao sindicalismo.
"Não quero benevolência nem vocês devem aceitar. Há um jogo a ser feito. Sabemos das dificuldades e, portanto, a responsabilidade não é minha, mas é nossa."


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