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JANIO DE FREITAS
Provas ambulantes
A delação premiada, que
levou Vedoin a comprometer
115 parlamentares, já resulta
em encobrimento premiado
O SANGUESSUGA dos sanguessugas, empresário Luiz Antônio Vedoin, não está apenas criando uma confusão muito
suspeita, como acham vários integrantes da CPI, com as diferenças
graves entre seus seguidos depoimentos ao Judiciário, a parlamentares e à imprensa, sobre a corrupção
que patrocinou nas compras governamentais de ambulâncias. Há indícios, não aproveitados pelas investigações, de que tem, escondidos,
mais documentos da corrupção do
que entregou aos inquéritos.
Quando foi à Câmara no dia 8 para
mais esclarecimentos, Vedoin já
prestara nove horas de depoimentos
ao juiz Jefferson Schneider e falara
por três vezes aos parlamentares.
Naquele dia, como o relator Amir
Lando não chegasse, Vedoin conversou com um grupo restrito de integrantes da CPI. E entregou-lhes um
punhado de documentos, dez ou doze, comprovadores de depósitos em
dinheiro e transferências bancárias,
para quitar comissões pelas verbas
obtidas por cinco parlamentares
bem antes citados por ele, nos negócios das ambulâncias. Mas os documentos não apareceram de repente
na posse de Vedoin. Foram trazidos
por ele à superfície para a conveniência de comprovar pagamentos,
feitos a parentes e assessores, com
depósito em dinheiro.
A delação premiada com abrandamento da pena, que o levou a comprometer 115 parlamentares desde
os depoimentos ao juiz, já resulta
em confusão premiada e, ao que sugerem os comprovantes retardados,
também em encobrimento premiado. Os inquéritos precisam passar de
declarações.
Enem
Certa indignação causada pelo site
do Bureau de Assuntos Consulares do
Departamento de Estado Americano,
que localizou no Rio as ondas criminosas em São Paulo, não se deu conta do
mais importante. A advertência aos
turistas refletiu promissora evolução
na sempre afirmada incultura americana. O Rio, porém, já está confundido
com uma cidade no Brasil, e não mais
com a capital da Argentina. Não só a
existência do Iraque entrou na cultura
americana, embora pesquisa recente
demonstre que sua localização ainda é
muito confusa.
Reverso
Com a dupla autoridade de especialista em pesquisa de opinião e diretor
do Datafolha, Mauro Paulino acha que
"uma recuperação de Alckmin não
chega a ser improvável". A depender
de alguns fatores, dos quais o primeiro
citado é "Alckmin imprimir um tom
de crítica à campanha".
Lula, como mostrou nos últimos
dias, é que resolveu partir para o ataque a Alckmin. Mas lembrando que vai
"fazer uma campanha sem atacar ninguém". Todos dois sempre coerentes
com as palavras e os propósitos.
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