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ELEIÇÕES 2006 / CONGRESSO
Planam pagou R$ 16 mil a suposta lobista
Cristianne Mayrink, que trabalhou para deputados do PP e do PL, é acusada de ser elo da quadrilha com Ricardo Izar
Ontem, Luiz Antonio Vedoin disse não ter feito acusações que foram publicadas por revista contra deputado que preside Conselho de Ética
ADRIANO CEOLIN
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Suposta lobista da Planam no
Congresso, Cristianne Mayrink
Sampaio Silva Neto recebeu da
empresa acusada de liderar a
máfia dos sanguessugas depósitos e transferências que somam R$ 16.708. Apesar de ser
apontada como representante
da Planam, Cristianne trabalhou entre o início de 2003 e
abril deste ano em pelo menos
três gabinetes na Câmara.
Entre abril e julho de 2003
ela foi funcionária do gabinete
de Sandro Mabel (PL-GO). Depois foi para a liderança do PL
e, do final de 2005 a abril deste
ano, ficou lotada na Coordenação de Registro Funcional da
Casa; a Folha apurou que, na
prática, ela trabalhava no gabinete de Pedro Corrêa (PP-PE),
cassado sob acusação de envolvimento no mensalão. Os valores depositados na conta de
Cristianne constam na quebra
de sigilo bancário da Planam.
A revista "Época" desta semana traz reportagem em que
Luiz Antonio Vedoin, sócio da
Planam, acusaria mais quatro
deputados de envolvimento no
esquema -Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de
Ética, Ciro Nogueira (PP-PI),
corregedor da Câmara, José
Múcio Monteiro (PTB-PE) e
Luiz Piauhylino (PSB-PE).
O suposto acerto com esses
deputados para direcionar verbas federais para o esquema seria feito por meio de Cristianne. Ontem, Vedoin enviou, pelo
advogado Otto Medeiros de
Azevedo Júnior, carta à CPI
negando as acusações: "Nunca
houve tratativas comerciais
que envolvessem esses parlamentares com a empresa Planam". Sobre Cristianne, diz
que ela "apenas atuava como
relações públicas da empresa
junto aos parlamentares".
Apesar do desmentido de Vedoin, a CPI dos Sanguessugas
decidiu ontem checar se Cristianne havia recebido dinheiro
da Planam. Foram identificadas diversas transferências on-line para a conta dela entre 5 de
dezembro de 2003 e 28 de fevereiro de 2005 e o depósito de
um cheque de R$ 10 mil.
Até agora, a CPI não vê relação entre o dinheiro na conta
de Cristianne e a possível participação dos parlamentares.
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