São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CONGRESSO

Planam pagou R$ 16 mil a suposta lobista

Cristianne Mayrink, que trabalhou para deputados do PP e do PL, é acusada de ser elo da quadrilha com Ricardo Izar

Ontem, Luiz Antonio Vedoin disse não ter feito acusações que foram publicadas por revista contra deputado que preside Conselho de Ética


ADRIANO CEOLIN
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Suposta lobista da Planam no Congresso, Cristianne Mayrink Sampaio Silva Neto recebeu da empresa acusada de liderar a máfia dos sanguessugas depósitos e transferências que somam R$ 16.708. Apesar de ser apontada como representante da Planam, Cristianne trabalhou entre o início de 2003 e abril deste ano em pelo menos três gabinetes na Câmara.
Entre abril e julho de 2003 ela foi funcionária do gabinete de Sandro Mabel (PL-GO). Depois foi para a liderança do PL e, do final de 2005 a abril deste ano, ficou lotada na Coordenação de Registro Funcional da Casa; a Folha apurou que, na prática, ela trabalhava no gabinete de Pedro Corrêa (PP-PE), cassado sob acusação de envolvimento no mensalão. Os valores depositados na conta de Cristianne constam na quebra de sigilo bancário da Planam.
A revista "Época" desta semana traz reportagem em que Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, acusaria mais quatro deputados de envolvimento no esquema -Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética, Ciro Nogueira (PP-PI), corregedor da Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE) e Luiz Piauhylino (PSB-PE).
O suposto acerto com esses deputados para direcionar verbas federais para o esquema seria feito por meio de Cristianne. Ontem, Vedoin enviou, pelo advogado Otto Medeiros de Azevedo Júnior, carta à CPI negando as acusações: "Nunca houve tratativas comerciais que envolvessem esses parlamentares com a empresa Planam". Sobre Cristianne, diz que ela "apenas atuava como relações públicas da empresa junto aos parlamentares".
Apesar do desmentido de Vedoin, a CPI dos Sanguessugas decidiu ontem checar se Cristianne havia recebido dinheiro da Planam. Foram identificadas diversas transferências on-line para a conta dela entre 5 de dezembro de 2003 e 28 de fevereiro de 2005 e o depósito de um cheque de R$ 10 mil.
Até agora, a CPI não vê relação entre o dinheiro na conta de Cristianne e a possível participação dos parlamentares.


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