São Paulo, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999
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Atentado liga deputado a Hildebrando

free-lance para a Folha

Um atentado contra o ex-secretário das Finanças da Prefeitura de Rio Branco é a principal ligação entre o deputado cassado Hildebrando Pascoal e o suplente que assumiu sua vaga na Câmara, José Aleksandro (PFL-AC). A avaliação é do relator da CPI do Narcotráfico, Moroni Torgan (PFL-CE).
Segundo Torgan, o delegado titular do inquérito, Carlos Bayma, afirmou em depoimento à comissão que recebeu do sargento Alex Fernandes Barros, "braço direito de Hildebrando", um recado para que arquivasse o inquérito, porque ele (Hildebrando) tinha interesse no arquivamento. Bayma arquivou o inquérito, que será reaberto em virtude do surgimento de informações novas.
Essas informações foram prestadas pelo ex-secretário municipal Walter Lúcio Campelo em depoimento à CPI, no último dia 16. Walter afirmou que o deputado José Aleksandro, que, na época do atentado, em 97, era vereador de Rio Branco, foi um mandantes do crime. Os outros seriam os vereadores Amaraldo Pascoal, primo de Hildebrando Pascoal, e Arthur Miguéis, além do pai de Arthur, o ex-deputado estadual Ariosto Pires Miguéis.
O crime aconteceu no centro de Rio Branco. Campelo, então secretário, saiu da prefeitura por volta das 19h e foi para casa. A 300 metros de uma delegacia, uma moto emparelhou com seu carro e um dos dois ocupantes atirou no rosto de Walter.
Um dos ocupantes da moto, segundo Campelo, era Alexandre Alves da Silva, o Nim, irmão de Aleksandro.
No depoimento à CPI, o ex-secretário disse que era um empecilho ao repasse de recursos extra-orçamentários da prefeitura para a Câmara Municipal, da qual José Aleksandro era ordenador de despesas. "Ele (Aleksandro) pressionava o prefeito, mas eu não deixava o dinheiro ser repassado. Ele então decidiu me eliminar."
Campelo informou também ter impedido que uma empresa "fajuta" ligada a Aleksandro, Miguéis e Pascoal tirasse proveito de um agenciamento na venda de ações da Petrobras que pertenciam à prefeitura. A empresa pertencia a Ariosto Miguéis.
(VALÉRIA DE OLIVEIRA)


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