São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2000

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PAINEL


Todos na ilegalidade
Os principais candidatos em São Paulo fizeram um acordo informal pelo qual todos poderiam invadir ontem o horário eleitoral dos vereadores. Ninguém recorreria ao TRE. Em nome do benefício comum.

Engrenagem tucana
Alckmin recebe uma mão na reta de chegada de empresas que têm contratos com o governo paulista. Desde ontem, estão publicando anúncios para divulgar obras da gestão Covas.

Cola eleitoral
Romeu Tuma levou ao ar anteontem uma propaganda igual à da campanha de Maluf ao Estado, em 98. Em ambos os comerciais, um médico pede a seu paciente que diga "33". A única diferença, óbvia, está na resposta: o "11" de Maluf virou "25".

Arco de alianças
Enquanto aguarda pela definição de seu adversário em São Paulo, o PT já começou a confeccionar o material de campanha para o segundo turno. A intenção é fazer circular pela cidade o slogan "Agora somos todos Marta" já na segunda-feira.

Dança dos números
Pesquisa Ibope divulgada ontem sobre a eleição paulistana aponta Marta Suplicy na liderança, com 34%. Geraldo Alckmin, Paulo Maluf e Romeu Tuma têm 12%. Luiza Erundina está com 10%. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

Sempre pode piorar
FHC, que chega hoje a São Paulo e passa o fim-de-semana em seu apartamento, não vê a hora de embarcar para a Alemanha, na quarta-feira. O Planalto prevê uma escalada na guerra ACM-Jader após a eleição.

Aquilo roxo
Collor rejeita a tese de que a decisão do TSE retirando-o da disputa o poupa de um vexame nas urnas. "Até no pior momento de minha vida, quando sofri o impeachment, eu saí pela porta da frente", diz o ex-presidente.


Ausência real
ACM não assimilou a acusação do Planalto de que seus candidatos na Bahia estariam atacando FHC na campanha. A interlocutores, o senador diz que nenhum de seus aliados fala do presidente: "Nem bem nem mal", completa, irônico.

Ameaça de palanque
Duvida-se no Planalto que, passadas as eleições, ACM apresente dossiê acusando Serra (Saúde) de liberar verbas para favorecer o PSDB da Bahia. As reclamações do baiano são classificadas de "chilique eleitoral".

Barriga cheia
Levantamentos em todos os ministérios acusados por ACM indicam, preliminarmente, que a Bahia leva vantagem na liberação de verbas federais. Até sobre Pernambuco, do vice Marco Maciel, um craque no assunto.

Vale-tudo
ACM respondeu a uma crítica política do tucano Arthur Maia, candidato a prefeito em Salvador, com a seguinte declaração: "Ele não é 45. Na realidade, pelo tipo dele, é 24. O conhecido 24".

Divergências antigas
O desembargador Haroldo Luz, que votou ontem contra o pedido de habeas corpus de Pimenta Neves, tem uma velha rixa com o ex-ministro José Carlos Dias, um dos advogados de defesa do jornalista.

Serpentes virtuais
Quando Dias era secretário da Justiça de Montoro, Haroldo Luz, então corregedor dos presídios do Estado, o acusou de acobertar um suposto grupo organizado, o "Serpentes Negras", que atuaria nos moldes do Comando Vermelho. Sua existência jamais foi comprovada.

Visita à Folha
Rolim Adolfo Amaro, presidente da TAM Linha Aérea Regional, Shigeaki Ueki, ex-ministro das Minas e Energia (governo Ernesto Geisel) e ex-presidente da Petrobras, e o empresário Olacyr de Moraes visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço.

TIROTEIO

De João Herrmann, líder do PPS na Câmara, sobre o bate-boca entre Ciro Gomes e Lula:
- A velha esquerda pode até sair vitoriosa das urnas, mas é a nova esquerda que tem propostas para o país em 2002.

CONTRAPONTO

Acelera, Rubinho
A disputa pelo segundo turno em SP está acirrada. Quatro candidatos (Maluf, Alckmin, Tuma e Erundina) brigam para ver quem enfrentará Marta.
Em razão do furacão Pitta, a situação de Maluf nas pesquisas nunca foi tão desconfortável.
Na manhã de ontem, um repórter o questionou sobre o debate da TV Bandeirantes:
- Qual o risco desse debate?
Maluf tentou minimizar:
- Todo debate tem risco. Se você colocar meu neto na Ferrari, é evidente que o risco é grande. Com o Rubinho e o Schumacher no volante, é quase zero.
Um outro repórter provocou:
- O desempenho do senhor está mais para o Rubinho ou para o Schumacher?
Maluf não aguentou. E respondeu com uma gargalhada:
- Bem, torço sempre para o Rubinho. Agora, se ele chegar em segundo na corrida, vai para o segundo turno. Como eu!


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