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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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IGREJA CATÓLICA

Um dos 31 novos cardeais, dom Eusébio Oscar Scheid fica apto para ser eleito sucessor de João Paulo 2º

Arcebispo do Rio é nomeado cardeal pelo papa

Domingos Peixoto/Agência O Globo
O arcebispo do Rio, dom Eusébio Oscar Scheid, que está entre os 31 novos cardeais da Igreja Católica


DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º anunciou ontem a nomeação de 31 novos cardeais, entre eles o brasileiro dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro. A cerimônia de posse acontecerá no próximo dia 21.
Como cardeal, dom Eusébio fica apto para ser eleito papa.
Os nomes de 30 dos novos cardeais foram lidos por João Paulo 2º em sua aparição dominical na praça de São Pedro, no Vaticano.
A identidade do 31º cardeal não foi revelada. Isso costuma acontecer quando o religioso corre risco de vida por viver numa região onde os católicos são oprimidos.
Dos cardeais conhecidos, 26 têm menos de 80 anos e poderão participar de um eventual conclave, que elegerá o próximo papa.
Assim, caso fosse necessário escolher o sucessor de João Paulo 2º, 135 cardeais -incluindo dom Eusébio- fariam parte do Colégio Cardinalício e participariam da votação na Capela Sistina.
Com o anúncio de ontem, o papa terá nomeado 185 cardeais, número sem precedentes na igreja.
A posse dos novos prelados acontecerá no próximo consistório (assembléia de cardeais), no dia 21 de outubro, no Vaticano.
Acreditava-se que, seguindo a tendência dos dois últimos consistórios, o próximo aconteceria apenas no início do ano que vem. O Vaticano não deu explicações sobre a nova data.
É possível que a presença da maioria dos cardeais e dos presidentes das conferências episcopais no Vaticano no dia 16, para comemorar os 25 anos do pontificado de João Paulo 2º, tenha pesado na decisão.
No entanto, fontes do Vaticano disseram que o papa decidiu adiantar a data do consistório por pressão de seus colaboradores, preocupados com a piora da saúde do pontífice.
Ele, que tem 83 anos e sofre do mal de Parkinson, anunciou os nomes dos novos cardeais com dificuldade, interrompendo a leitura várias vezes para respirar.

Influência
Com as novas indicações, João Paulo 2º é o responsável pela escolha de quase todos os membros do Colégio Cardinalício, que vai eleger seu sucessor -5 dos 135 foram nomeados por Paulo 6º.
O papa escolheu religiosos dos cinco continentes. Ao nomear cardeais no Sudão, no Vietnã e na Nigéria, ele tenta aumentar sua influência em países onde a Igreja Católica enfrenta problemas com governos locais ou onde há conflito entre católicos e muçulmanos.
"O espectro de novos candidatos reflete a universalidade da igreja com a multiplicidade de seus ministros", disse o papa, após a leitura da lista.
O papa escolheu bispos de igrejas locais, membros da Cúria Romana e um de seus colaboradores mais próximos, o monsenhor Jean-Louis Tauran, ministro das Relações Exteriores do Vaticano.
Apenas seis dos novos cardeais são italianos, o que aumenta a possibilidade de que o próximo papa seja de fora do país. Polonês, João Paulo 2º foi o primeiro pontífice não-italiano em 455 anos.


Com agências internacionais


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