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LIXO PAULISTA
Advogado incita promotores a provar sua culpa e a processá-lo
Buratti diz que apuração é "louca" e desafia Promotoria
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O advogado Rogério Buratti,
acusado de envolvimento no escândalo Waldomiro Diniz e de
suposta participação em esquema
de fraudes em licitações da empreiteira Leão Leão, de Ribeirão
Preto, classificou de "loucas" as
investigações do Ministério Público Estadual de Ribeirão Preto.
Buratti disse que irá representar
na Corregedoria os promotores
por perseguição.
As declarações de Buratti foram
dadas ontem após depoimento à
Polícia Federal, em Ribeirão Preto, sobre o caso GTech. O depoimento dado ao delegado Antonio
Cesar Nunes durou cerca de três
horas. "Se cometi algum ilícito,
apontem o ilícito real, me processem, eu me defendo. Se eu for
condenado, aí eu vou cumprir pena e volto para minha vida. Agora, o que não pode é eles me manterem meses e anos a fio como um
suspeito. Suspeito de nada, porque eles não conseguem apontar
um ato ilícito meu."
Sorridente, Buratti disse que estava "muito feliz" por poder dar
esclarecimentos e elogiou o trabalho da PF (Polícia Federal) nas investigações. "Esta semana é uma
semana feliz porque estou prestando esclarecimentos. Porque
ultimamente só estou sendo investigado. Ultimamente só invadem minha casa, invadem propriedade. Assustam pessoas, invadem [a casa do] o contador.
Não me ouvem. Hoje, eu posso
dizer que sou uma pessoa feliz
porque fui ouvido", afirmou.
Buratti negou conhecer Waldomiro Diniz e disse que foi procurado pela GTech para intermediar
o contrato entre a multinacional e
a renovação do contrato com a
CEF (Caixa Econômica Federal)
no valor de R$ 650 milhões, mas
não aceitou. Disse não saber por
que foi procurado.
"Eu falei a verdade. O que tenho
dito desde março, que eu fui procurado pela GTech para fazer intermediação de uma coisa que
não podia fazer e não aceitei o
convite. Não conheço Waldomiro
Diniz. Eu acho que ele não me indicou, mas seria bom perguntar
isso para ele", afirmou ele.
Além de Buratti, também prestou depoimento a professora Elza
Buratti, mulher do advogado e sócia na BBS Consultores e Associados, empresa que seria contratada
pela GTech para articular a renovação com a CEF. "Eu disse que
nunca tinha ouvido falar de
GTech", afirmou ela. Em entrevista, Elza cometeu um ato falho. Ao
ser questionada qual o relacionamento entre seu marido e Wilney
Barquete, presidente da Leão Ambiental [que se demitiu ontem],
ela disse que era total. "Afinal, eles
são da mesma empresa".
Oficialmente, Buratti está afastado da empresa desde março,
apesar de as investigações da Promotoria apontarem ao contrário.
Questionado sobre o tempo verbal, a professora recuou. "Eram. É
que sou professora de matemática e o português não é meu forte",
disse ela que dá aula na escola
municipal Antonio Palocci.
O grupo de promotores de Ribeirão que investiga Buratti informou que não "há nada de pessoal
contra o advogado" e que o acompanhamento das investigações foi
designado pela Procuradoria Geral. Os promotores negam ter vazado informações à imprensa.
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