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TODA MÍDIA
Sobe, cresce, se consolida...
NELSON DE SÁ
Foi na margem de erro, de gigantescos três pontos percentuais para cima ou para baixo, mas a pesquisa Sensus que
apontou oscilação positiva na
avaliação do governo Lula ganhou destaque por todo lado.
Na home do UOL, "avaliação
positiva do governo sobe". No
texto, "caiu o número dos que
não votariam num candidato indicado por Lula". Na home da
Globo On Line, algo semelhante.
Para Jovem Pan e CBN, é a
"consolidação da recuperação
da popularidade" do governo.
Na rádio Band, "o desempenho
pessoal também se consolida".
Coisa semelhante se viu pelos
canais de notícias e, depois, nos
telejornais. Por exemplo, manchete do Jornal da Band:
- Cresce a aprovação do governo Lula.
E do Jornal da Record:
- Avaliação positiva do governo Lula sobe.
E assim foi parar no "Financial
Times", que adiantou reportagem intitulada "Lula da Silva vê
sua taxa de popularidade subir".
Para o jornal econômico, como
por aqui, o que importa é saber
se a elevação -de novo, dentro
da margem de erro- terá efeito
no voto, no próximo domingo:
- Se por um lado o estado da
economia e a popularidade do
presidente influenciam os eleitores, por outro as eleições municipais vêm sendo tradicionalmente guiadas por temas locais.
A não ser, é claro, que se faça
de uma pequena oscilação uma
manchete -ou muitas, em coro.
O "FT" mistura na reportagem
a popularidade e a queda na taxa
de desemprego em São Paulo
-sublinhando que a pesquisa
Sensus foi feita "em meio a forte
recuperação econômica" e, agora, "à menor taxa de desemprego
desde que Lula tomou posse".
É a pesquisa Seade/Dieese, que
também fez manchetes por todo
lado. Da reportagem da Globo, à
tarde, que saiu mostrando perfis
de recém-empregados:
- Técnico mecânico pelo Senai, Marcos Garcia é um desses
profissionais disputados. Ele pode até escolher onde trabalhar.
E Marcos Garcia:
- Eu tinha três opções.
Novamente, também em relação à pesquisa Seade/Dieese
existe um "porém" -só que
pouco lembrado nas manchetes
de telejornais e demais. No registro do JN, "o desemprego caiu,
mas a renda também".
VAI ACABAR Hoje é o último dia dos candidatos a prefeito, mas ontem cartunistas de norte a sul -como Mário Vale no mineiro "Hoje em Dia", Clayton no cearense "O Povo" e Peli no gaúcho "O Farroupilha"- traduziam a sensação de não agüentar mais o cerco televisivo. Os excessos foram parar até no site do "New York Times", ontem, em reportagem intitulada "As eleições locais no Brasil são um grande show de variedades"
Maluf, não
Na tensa expectativa do debate
na Globo, amanhã, os esforços
estão concentrados em calar
Paulo Maluf. Até em seu partido.
Segundo a Folha On Line, ontem
o presidente do PP municipal,
Celso Russomano, conseguiu
cortar o candidato do horário de
seus próprios vereadores, para
os últimos programas.
Arrastão
Em semana de eleição, lá está
ele de volta ao JN, o "arrastão"
nas areias do Rio. Foi manchete,
com imagens "amadoras" e a
narração "em tempo real":
- Os bandidos deixam a praia
caminhando tranqüilos.
E para fechar a cobertura:
- A delegacia fica a cerca de
200 metros dos ataques.
Sem aventura
O "Financial Times" foi até a
Bahia para mostrar que "o Brasil
projeta uma mudança de direção
para a Ford". A fábrica baiana,
que os "críticos ridicularizavam
como uma aventura", se tornou
"pólo de exportação".
E "ajudou a virar a página num
capítulo sombrio da presença da
Ford na América do Sul".
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