São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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PAINEL

Assinatura de fiador
José Janene não levou cinco minutos para mostrar que é credor de Aldo Rebelo (PC do B-SP). Antes mesmo de o novo presidente da Câmara se sentar na cadeira, o líder do PP, apontado como um dos expoentes do "mensalão", já estava na Mesa erguendo os braços, marcando sua participação na vitória.

Unidos pela causa
A oposição carimbou a vitória de Aldo como a da união dos "mensaleiros": o candidato do governo venceu José Thomaz Nonô (PFL-AL) por 15 votos de diferença, mesmo número de deputados da base aliada ameaçados de cassação, entre eles o ex-ministro José Dirceu (PT).

Pegando em armas
A oposição promete recrudescer com a vitória de Aldo. "Se ele explicitar o que deixou nas entrelinhas de seu discurso, uma estranha tentativa de acomodação com os denunciados, teremos de exacerbar nossas ações", afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN).

Conselho editorial
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) foi um dos escribas da fala de Aldo, juntamente com Renildo Calheiros (PC do B-PE), Eduardo Campos (PSB-PE) e o ministro Jaques Wagner. O candidato suprimiu trecho dizendo que a Câmara não será "anexo do Planalto".

Tapete vermelho
Severino Cavalcanti (PP-PE) foi tratado a pão-de-ló nas negociações para o segundo turno. Escoltado por Laura Carneiro (PFL-RJ), José Thomaz Nonô fez questão de ir falar com o ex-presidente da Casa. O mesmo fizeram os aliados de Aldo.

Free-lancer
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, atuou como escrutinador na eleição da Câmara. Instalado na liderança do partido na Casa, o senador ficou com uma folha de papel fazendo quadradinhos para cada voto.

De joelhos 1
Dentre os ministros que pegaram em armas na Câmara ontem, foi Walfrido Mares Guia (Turismo) quem melhor personificou a postura do governo na eleição do presidente da Casa. Ele chegou a chorar implorando votos para Aldo Rebelo.

De joelhos 2
Reunido com a bancada do PTB, Mares Guia disse que, se o partido apoiasse Nonô no segundo turno, ele sairia do processo "desmoralizado".

Opcional de fábrica
O mesmo Mares Guia fez uma reunião anteontem com parlamentares do PTB na qual sugeriu a filiação de José Alencar ao partido. No pacote vendido pelo ministro do Turismo, o vice-presidente seria novamente o vice de Lula no ano que vem.

Vamos com calma
A proposta foi recebida com reservas. Depois da reunião, o líder do PTB na Câmara, José Múcio (PE), disse a Mares Guia que a eventual entrada de Alencar atrelaria definitivamente o partido a Lula, algo que não é consensual na legenda.

Delivery
Na pesada articulação do PMDB governista entre o primeiro e o segundo turnos da disputa na Câmara ontem, o presidente da Funasa, Paulo Lustosa, foi para o plenário da Câmara pedir votos para Aldo e ouvir demandas de deputados.

Day after
O governador Luís Henrique (PMDB-SC) organiza para este fim de semana ato de protesto contra a ação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), na eleição da Câmara.

Porta aberta
A bancada petista da Câmara paulistana, a maior da Casa ao lado do PSDB, com 13 vereadores cada, deverá sofrer sua primeira baixa: Beto Custódio, ligado ao grupo do dissidente Plínio Arruda Sampaio, já faz as malas.

TIROTEIO

Do líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (PSDB-SP), sobre a o rolo compressor do governo para eleger Aldo:
-Para o governo, fazer de seu coordenar político o presidente da Câmara saiu mais caro do que pagar o "mensalão".

CONTRAPONTO

Agora vai

Candidato derrotado ao governo de São Paulo em 2002, o vereador paulistano Carlos Apolinário trava uma disputa silenciosa com o presidente estadual do PDT, Paulo Pereira da Silva, pelo direito de concorrer novamente em 2006.
Semana passada, o parlamentar chegou exultante à Câmara e foi abordado pelos colegas:
-Não tem para ninguém, serei candidato porque já estou praticamente eleito-, disse.
Os colegas não entenderam, e Apolinário explicou:
-Fui o quarto colocado em 2004, atrás do governador Geraldo Alckmin [PSDB], do José Genoino [PT] e do Paulo Maluf [candidato do PP], correto?
-Correto-, responderam os colegas, e ele seguiu:
-O primeiro não pode disputar a reeleição; o segundo, em meio às denúncias contra o PT, está afastado da política; e o terceiro foi preso pela PF!


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