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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ DIA DA CAÇA
Vitória apertada contra candidato do PFL é festejada pelo presidente e por Dirceu
Sucessor de Severino diz ter "coragem" para defender os que julgar "inocentes"
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Aldo vence, dá gás a Lula e esperança aos "mensaleiros"
O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), 49, é o novo
presidente da Câmara. Ele derrotou ontem, em segundo
turno, José Thomaz Nonô (PFL-AL), por 15 votos de diferença -258 a 243. Ambos haviam obtido 182 votos cada um no primeiro turno. Aldo sucede o ex-deputado
Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao cargo e
ao mandato após ser envolvido em denúncias de corrupção que são objeto de apuração.
A vitória de Aldo, embora apertada, é o mais significativo trunfo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
vários meses, desde que seu governo foi derrotado na
Câmara em fevereiro e, depois, mergulhou na sua mais
profunda crise com o escândalo do "mensalão". Lula ganha um aliado estratégico contra eventual tentativa de
abertura de processo de impeachment.
O Planalto jogou pesado para afastar o risco de ter o
PFL à frente da Câmara. Combinou liberação de verbas
para parlamentares, ameaça de retaliação e promessas a
aliados. Antes da votação, o novo presidente da Câmara
fez um discurso afirmando que teria "coragem e isenção" para defender aqueles que ele considerar inocentes
nos processos de cassação. O ex-ministro José Dirceu
(PT-SP), ameaçado de perder o mandato, foi um dos
que mais comemoraram a vitória do nome do governo.
Aldo já havia exercido o cargo de ministro da Coordenação Política sob Lula. Caiu em julho, arrastado pelo
desarranjo político da base governista. Segundo analistas, o resultado é bom para o governo, mas reflete uma
maioria frágil, o que dificulta que Aldo lidere sem mais
uma "operação abafa" para livrar colegas da cassação.
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