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Ligação com Lerner causa paradoxo
DO ENVIADO ESPECIAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O prefeito de Curitiba, Cássio
Taniguchi (PFL), vive um paradoxo. As pesquisas de opinião demonstram que a sua gestão tem
aprovação de quase dois terços
dos curitibanos. Mesmo assim,
Taniguchi, 59, não venceu no primeiro turno e só ficou em condições reais de se reeleger na última
semana de campanha. O nome do
paradoxo é o governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL).
A carreira de Taniguchi e de
Lerner são interdependentes desde que se conheceram em 1971.
Lerner, então prefeito nomeado
de Curitiba aos 32 anos, precisava
de um engenheiro para um projeto de transformação da rede ferroviária da cidade e um amigo comum indicou Taniguchi.
Meses depois, Taniguchi virou o
secretário municipal dos Transportes. Quando a gestão se encerrou, Lerner convidou o assessor a
ser sócio do seu escritório de urbanismo. Taniguchi participou de
todas as equipes lernistas dos últimos 30 anos e era o preferido do
atual governador para ser o candidato a prefeito em 1992, mas
acabou atropelado por Rafael
Greca, que ganhou a indicação e a
eleição.
Imagem desgastada
Alçado à vida pública por Lerner, Taniguchi hoje paga o preço
com o crescimento da candidatura do deputado estadual Ângelo
Vanhoni (PT). A imagem do governo estadual está desgastada, e
as pesquisas internas do PFL informam que o crescimento do PT
está diretamente vinculado a uma
"vingança" dos eleitores. Por decisão dos marqueteiros, Lerner
quase não apareceu na campanha
de TV do PFL.
"Não houve tentativa de me
desvincular do Lerner. Seria falsidade. Mas esta é uma eleição municipal, temos que discutir os problemas da cidade, não os do Estado", diz Taniguchi.
Também é um teste para que
Taniguchi alcance vôo próprio,
como herdeiro político de Lerner.
Perfil técnico
Assim como o atual governador
no início da carreira, ele faz campanha se mostrando como um
"técnico", não ligado aos partidos. Durante a campanha, o prefeito fez declaração em cartório
segundo a qual, em caso de reeleição, não iria renunciar para ser
candidato à sucessão estadual.
Filho de imigrantes da região de
Osaka (Japão), Taniguchi aprendeu a língua japonesa antes de começar a falar português. Na infância, a professora achava que ele tinha raciocínio lento porque demorava para responder a questões da tabuada. Fazia as contas
primeiro em japonês e só depois
respondia à pergunta em português.
(TT e WO)
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