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CURITIBA
Cada um dos candidatos tem 50% dos votos válidos, segundo pesquisa feita pelo
Datafolha; debate de sexta, assistido por mais da metade dos entrevistados, pode ser decisivo
Taniguchi e Vanhoni estão empatados
THOMAS TRAUMANN
ENVIADO ESPECIAL
WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA EM CURITIBA
Curitiba chega ao segundo turno dividida entre Cássio Taniguchi (PFL), atual prefeito, e Ângelo
Vanhoni (PT), indica o Datafolha.
Os adversários no segundo turno
estão empatados, ambos com
50% dos votos válidos.
Das capitais onde houve debate
anteontem na TV, a exibição do
programa pode ser decisiva na capital do Paraná. Mais da metade
dos entrevistados (53%) assistiu
ao debate. Desses, 46% afirmaram que Taniguchi foi o vencedor. Para 41%, foi Vanhoni.
A eleição em Curitiba é uma disputa entre PT e PFL por uma vitrine para a campanha presidencial
de 2002. Como a cidade tem um
dos melhores índices de qualidade de vida entre as capitais, os
dois partidos consideram que
seus projetos terão resultados rápidos.
A Prefeitura de Curitiba tem o
maior orçamento para investimentos da região Sul. Além disso,
concentra na sua região metropolitana o segundo pólo automobilístico do país, depois do ABCD,
com fábricas da Renault, Audi,
Chrysler e Volvo.
"Ter uma gestão petista em Curitiba, ainda mais vencendo o
PFL, fortalece o plano do PT para
a eleição presidencial", afirma o
deputado federal João Paulo Cunha, coordenador nacional de
marketing do PT.
"Curitiba tornou-se um exemplo para o país com administrações do PFL. É natural que o partido pretenda mostrar essa experiência na campanha de 2002",
diz o presidente nacional do PFL,
Jorge Bornhausen.
Na última semana, a cidade viveu um clima de Atletiba, o clássico local de futebol entre Atlético
Paranaense e Coritiba. A eleição é
discutida nos cafés e bares com
fervor quase religioso. Nas ruas, é
difícil achar pedestres sem símbolos da campanha - uma lâmpada para os pefelistas e uma estrela
amarela para os petistas. Dezenas
de cabos eleitorais dos dois candidatos disputam a atenção dos
motoristas nos semáforos.
Esta é a eleição mais acirrada na
cidade desde 1985. Os partidos estimam que a diferença entre os
candidatos na eleição de hoje deve girar entre 15 mil e 35 mil votos,
o que equivale a uma variação entre 1,5% e 3,5% dos votos.
A campanha em Curitiba foi
uma gangorra. No primeiro turno, Taniguchi liderou com folga
nas pesquisas. Vanhoni fez uma
campanha com propostas sobre
como continuar a gestão do PFL e
subiu na reta final. O prefeito teve
no primeiro turno 43,97% dos votos contra 35,37% do deputado.
O crescimento do PT logo após
o primeiro turno foi espantoso.
Na primeira pesquisa Datafolha
no segundo turno, Vanhoni tinha
20 pontos percentuais à frente de
Taniguchi. Assessores do PFL deram a campanha como perdida.
Houve intervenção na campanha pefelista, que passou a ligar
Vanhoni à inexperiência administrativa e ao movimento de invasões de terra. O prefeito voltou
a crescer nas pesquisas.
Panfletos apócrifos acusavam o
petista de ser "comunista que prega a volta do regime totalitário e
estatal que torturou e matou milhões de pessoas na ex-União Soviética". O PFL não assumiu a autoria do material.
Vanhoni só reagiu na quarta-feira, depois de pressão do líder
petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Acusou o prefeito de favorecer a
empresa da mulher e reforçou a
identificação de Taniguchi com o
governador Jaime Lerner (PFL).
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