São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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INTERIOR

Adversários tentam vincular PT a invasões

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A campanha eleitoral no segundo turno chegou à reta final no norte do Paraná com os adversários tentando vincular as candidaturas petistas a invasões de terra e de áreas públicas.
Nos dois maiores colégios eleitorais do interior do Paraná, Londrina e Maringá, o PT disputa com favoritismo em relação às candidaturas do PDT e do PTB, respectivamente.
Na última semana, em debates e no horário gratuito de rádio e TV, Homero Barbosa Neto (PDT) explorou as ligações de Nédson Micheleti (PT) com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Londrina.

Ratinho
Em Maringá, Batista (PTB) usou seu amigo pessoal, o apresentador Ratinho, do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), para anunciar invasões de camelôs e de sem-terra na cidade em caso de um vitória do candidato do PT, José Cláudio.
A virulência dos ataques de Ratinho ao candidato petista acabou refletindo na campanha de Batista.
Nos três últimos dias de campanha, o PT conseguiu 35 minutos de direito de resposta.
Além de tentar vincular o MST a Nédson, Barbosa Neto aumentou o tom das críticas, na última semana, referindo-se à experiência da administração petista em Londrina (1993 a 1996).
Na época, o prefeito era Luís Eduardo Cheida, hoje no PMDB. Nessa administração, Nédson ocupou o cargo de presidente da Cohab local, de 1992 a 1994.
O candidato do PT, porém, não reagiu aos ataques. Nédson Micheleti tem feito, desde o primeiro turno, uma campanha que ele chama de ""propositiva". Sem ataques a adversários e com pouca discussão ideológica.

Clima tenso
Foi em Maringá onde o clima eleitoral registrou mais tensão, com troca de acusações entre os candidatos e a interferência direta de Ratinho.
Nas duas cidades, as candidaturas petistas receberam apoio explícito das igrejas Católica e evangélicas. As igrejas montaram comitês para receber denúncias contra as atuais administrações.
Em Londrina, o prefeito Antônio Belinati (PFL), marido da vice-governadora Emília Belinati (PTB), acabou cassado por corrupção.
Em Maringá, Jairo Gianoto (PSDB) pediu licença por tempo indeterminado.
O pedido, feito na semana passada, foi uma manobra de Gianoto para evitar seu afastamento judicial. O Ministério Público do Paraná descobriu depósitos de R$ 549 mil em cheques da prefeitura em contas de Gianoto no Banestado e no Banco do Brasil.


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