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RECIFE
Segundo Pesquisa Datafolha de ontem, Roberto Magalhães está com 51% dos votos, e
João Paulo tem 49%; segundo turno foi marcado por troca de acusações e por uma greve da PM
Prefeito e petista chegam empatados
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
KENNEDY ALENCAR
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
Roberto Magalhães (PFL) e João
Paulo (PT) chegam empatados
tecnicamente à véspera da votação em Recife, aponta pesquisa
Datafolha realizada ontem. Magalhães, atual prefeito, está com 51%
dos votos. João Paulo tem 49%.
Esses percentuais são os mesmos
de 24 de outubro.
O debate de anteontem foi assistido por 48% dos entrevistados.
Para a maioria dos que assistiram
(55%), Magalhães venceu. Mais
de um terço (36%) apontou a vitória do petista.
O segundo turno foi o mais agitado do país. Desde a disputa
ideológica acirrada entre PFL e PT
a uma greve da Polícia Militar que
virou tema de campanha.
A capital pernambucana enfrenta há 11 dias a paralisação dos
policiais e conta hoje com proteção de tropas federais. Teve a propaganda eleitoral tirada do ar por
24 horas. Comícios, carreatas e
caminhadas foram proibidos nos
últimos dois dias em que eram
permitidos.
Magalhães, candidato à reeleição, quase se elegeu no primeiro
turno, com 49,42% dos votos válidos. João Paulo (35,62% dos válidos no primeiro turno) subiu na
reta final da primeira fase, passou
a liderar com folga na segunda fase, mas caiu e chegou à reta final
empatado tecnicamente.
A paralisação dos PMs dominou os últimos debates de TV e as
propagandas. A propaganda eleitoral de Magalhães associou o PT
a greves, badernas e caos, repetindo uma estratégia usada por adversários dos petistas no país.
João Paulo acusou o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB),
que apóia Roberto Magalhães, de
colocar a culpa da greve no PT. O
petista declarou apoiar a reivindicação salarial dos PMs, mas julgou a greve "inoportuna", numa
tentativa de se dissociar da greve.
Curiosidade: no primeiro turno,
o prefeito dizia que, no governo
do PT (referia-se à gestão Arraes,
apoiada pelos petistas), havia greve até na polícia. Ironicamente, a
paralisação ocorreu numa administração apoiada por ele. PMDB
e PFL são aliados na eleição.
A propaganda do PT acusou
Magalhães de "mentor da ditadura", citando o início da carreira
política do atual prefeito no regime militar. E bateu na tecla de que
o partido dele, o PFL, esteve em
grandes escândalos nacionais. Foi
mencionada a participação de pefelistas no caso da compra de votos da reeleição e a cassação de
Hildebrando Paschoal.
Magalhães usou o bordão "Recife não pode ter um prefeito do
contra", em alusão à sua aliança
com o governador peemedebista,
e tentou carimbar o petista como
"despreparado para administrar
uma cidade que gera 43% da receita de Pernambuco".
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