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RIO DE JANEIRO
Prefeito tem 53% dos votos válidos, e Maia está com 47%; indica Datafolha;
petebista consegue direito de resposta contra suposta ligação com boatos de arrastão na cidade
Vantagem de Conde cai para 6 pontos
DA SUCURSAL DO RIO
Pesquisa Datafolha feita ontem
aponta que caiu de 14 para 6 pontos percentuais vantagem de Luiz
Paulo Conde (PFL) para Cesar
Maia (PTB) na disputa pela Prefeitura do Rio.
Conde, que tinha 57% dos votos
válidos no último dia 24, está agora com 53%. Maia, por sua vez,
passou de 43% dos votos válidos
no último levantamento para os
atuais 47%. O ex-prefeito também
foi considerado o vencedor do debate realizando anteontem.
De acordo com o Datafolha, o
debate foi assistido por 32% dos
entrevistados. Desses, 47% apontaram Maia como vencedor e 37%
citaram Conde.
No debate, ficou clara a semelhança das propostas dos dois,
com exceção da área de segurança. Enquanto Maia atacava a política do governador Anthony Garotinho (PDT) -aliado de Conde- e cobrava "ordem", Conde
evitou falar da atuação do Estado.
Ontem à tarde, Maia pediu e obteve no TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) uma liminar concedendo-lhe a publicação de um texto
na edição de hoje do jornal "O
Dia" com o título "Cesar Maia
desmonta calúnia e ganha direito
de resposta". Havia possibilidade
de recurso, mas dificilmente haveria tempo hábil para decisão.
Em sua edição de ontem, o jornal afirmava, em sua manchete,
que um relatório reservado da Polícia Militar ligaria Maia a boatos
de arrastões surgidos na última
quinta-feira na região da Tijuca
(zona norte).
O candidato do PTB afirmou
que irá processar os responsáveis
pelas acusações, sem dizer quem
são eles. Procurado pela Folha, o
jornal "O Dia" informou que seus
advogados iriam se pronunciar
sobre o assunto, mas às 18h um
funcionário do escritório informou que o advogado Marco
Moura estava ao telefone e não
poderia atender.
O subsecretário da Segurança,
Lenine de Freitas, disse que recebeu do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar, na Tijuca) um relatório informando que os boatos de
arrastões foram orquestrados
com o objetivo de desestabilizar a
ordem pública, "tendo em vista as
eleições de domingo".
Freitas disse que já estão sendo
investigadas duas pessoas -uma
que teria pago a outra para espalhar boatos sobre arrastões.
Questionado pela Folha, Freitas
não quis confirmar se Maia é citado no relatório, mas lembrou que,
em seu livro "Política é Ciência", o
candidato fala da orquestração de
boatos.
Conde se negou a comentar a
polêmica. Segundo sua assessoria, para Conde, "isso não tem nada a ver com ele, é assunto do governo de Estado".
Garotinho se disse "chocado
com as denúncias" e afirmou que
abrirá processo contra os responsáveis -sem citar nomes.
O presidente da Suderj (Superintendência de Desportos do Rio
de Janeiro, órgão da administração estadual que administra o
Maracanã), Francisco Carvalho,
disse ter denunciado ao 6º BPM
informes anônimos sobre arrastão recebidos pelo telefone.
"Telefonaram para me dizer
que iam fazer arrastão, soltar
bomba no estádio, que teria um
grande pânico", afirmou. Para ele,
as ligações vieram de grupos que
apóiam Maia. "Não estou dizendo
que partiu dele, mas de um segmento que apóia o Cesar Maia."
A polêmica agitou um dia até
então tranquilo para os candidatos: Conde foi à missa de são Judas Tadeu, e Maia, tomar água de
coco em Copacabana (zona sul),
cumprindo um de seus rituais de
campanha.
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