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Dinheiro é pivô de denúncias na reta final
DA SUCURSAL DO RIO
As denúncias mútuas de
enriquecimento ilícito marcaram o segundo turno das eleições no Rio de Janeiro entre o
prefeito Luiz Paulo Conde
(PFL) e seu antecessor, Cesar
Maia (PTB).
O ex-prefeito acusou o atual
de ter beneficiado seu antigo
escritório de arquitetura, hoje
dirigido pelo filho, com a lei
aprovada ano passado permitindo a volta da construção de
hotéis-residência.
Conde afirmou que Maia não
tem como comprovar rendimentos que justifiquem a compra de imóveis desde sua saída
da prefeitura, em 1996.
Segundo a declaração de Imposto de Renda dos dois candidatos, Maia é mais rico. Mas o
ex-prefeito acusa o sucessor de
ter passado bens para parentes.
Em 1999, Maia declarou um
patrimônio de R$ 1.039.068,82.
Em 1996, seu último ano como
prefeito, seu patrimônio passou de R$ 427.694,65 para R$
889.869, um aumento de 108%.
Nesse segundo montante está
incluída uma dívida de R$
212.839,63 contraída à construtora São Marcos, como financiamento na compra de dois
imóveis de R$ 680 mil cada um.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro investiga
se houve irregularidades no
processo que autorizou a construção pela São Marcos, em
1995, do shopping Downtown,
numa área com vegetação remanescente de restinga e mangue. Na época, o prefeito Maia
deu autorização para a construção baseado em parecer elaborado por Conde, que era secretário municipal de Urbanismo e sócio da empresa LPC Arquitetura, responsável pelo
projeto do shopping.
Conde se defendeu dizendo
que o projeto do shopping é
anterior a sua nomeação como
secretário. Maia afirmou ter
comprado os imóveis com a
renda obtida pela empresa Factóides & Factóides, pertencente à mulher e à filha, e com a
venda de um apartamento no
Leblon (zona sul).
As declarações de bens de
Conde indicam que houve uma
queda de 37,13% em seu patrimônio entre 1996 e 1999.
O principal motivo da queda
foi a venda de sua participação
acionária na empresa Santa Tereza Projetos e Empreendimentos, em 1998, no valor de
R$ 135 mil. A Santa Tereza, que
passou a ser controlada por seu
filho Marcelo Conde, é sucessora da LPC Arquitetura Ltda,
que Conde fundou em 1974.
Em 1996, antes de ser prefeito, Conde declarou possuir
bens e direitos que somavam
R$ 686.521,36. No ano passado,
esse total caiu para R$
431.625,67.
(ACF e LAR)
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