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Maia tenta mudar sua imagem
LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO
O economista Cesar Maia
(PTB), 55, entrou na disputa pela
Prefeitura do Rio com dois desafios: derrotar o seu ex-aliado, o
atual prefeito Luiz Paulo Conde
(PFL), e reconstruir a própria
imagem política que associou a
ele os adjetivos de agressivo, arrogante e maluco -esse por atos
como pedir sorvete em açougue.
Azarão que esteve atrás das pesquisas eleitorais durante todo o
segundo turno, Maia avalia que já
avançou no segundo desafio.
Sua imagem foi construída no
período em que ficou à frente da
prefeitura (1993-1996) e nas campanhas para prefeito (1992) e governador (1998). Ficou marcado
como um candidato autoritário e
de direita -identidades que cultivou ou não tentou desfazer.
Maia percebeu que esse personagem não mais lhe ajudava nem
renderia os votos que necessitava.
"A imagem que eu queria arquivar era a da cara da direita. E essa
arquivou, porque no segundo turno tenho uma frente progressista
bem ampla me apoiando", avalia
ele, que atrelou o aval de Ciro Gomes (PPS) à sua campanha.
Mas não obteve nenhum apoio
explícito relevante de lideranças
de esquerda no Rio. Tanto o PT
quanto o PDT decidiram não se
envolver no segundo turno.
Uma das maiores preocupações
de Maia era se desvincular da impressão de arrogante sem comprometer "a imagem da autoridade". Essa é a justificativa para ter
diminuído o tom agressivo em relação à campanha de 1998.
"Eu tinha muito receio de que
voltasse a imagem do perdedor
com raiva que sai atacando o vencedor, o que, certamente, não teria boas consequências eleitorais", explica, referindo-se a 1998,
quando permaneceu na ofensiva
contra Garotinho ameaçando-o
com dossiês.
Maia também passou esta campanha sem lançar mão daquilo
que se tornara sua marca registrada, os factóides.
Sua tática foi se vender, segundo
ele próprio, como "alguém que
tem autoridade, estabelece ordem, é competente, experimentado, realizador e bom administrador". Agregando a isso um perfil
mais democrata, dando ênfase
nos compromissos sociais.
Maia -que passou por quatro
partidos na última década (PDT,
PMDB, PFL e PTB)- ressalva
que é fundamental manter o "patrimônio político". Resta saber,
entretanto, se o eleitor absorveu
esse novo Cesar Maia.
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