São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Espanha é inspiração para Conde

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Caso consiga se reeleger, Luiz Paulo Fernandez Conde (PFL), 66, terá como uma das primeiras tarefas distribuir os cargos das 30 administrações regionais entre candidatos derrotados à Câmara Municipal, cumprindo promessa feita em julho passado.
O loteamento mostra como o arquiteto, que disputou uma eleição pela primeira vez aos 62 anos, em pouco tempo dominou técnicas da política tradicional, a ponto de há dois anos ter obrigado Cesar Maia - o ex-prefeito que o fez sucessor- a sair do PFL.
Para Conde, sua promessa nada tem a ver com lotear cargos, mas sim com um modelo que valoriza lideranças distritais. Ele diz que as administrações regionais são órgãos de representação do prefeito nos bairros e que o melhor é preenchê-las com pessoas de expressão eleitoral nessas áreas.
Barcelona é apontada por ele como local que aplicou esse modelo. Essa cidade espanhola é também sua referência frequente quando cita locais onde foi buscar idéias que adaptou para o Rio.
Entre elas, o Rio Cidade, programa de reurbanização de bairros inspirado nas obras de revitalização de Barcelona, coordenadas pelo arquiteto Oriol Bohigas, antes das Olimpíadas de 1992.
Bohigas é um dos amigos que Conde cultiva nos círculos internacionais de arquitetos, desde que se formou em 1959 na antiga Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A ligação do prefeito com a Espanha é anterior a sua definição profissional. Seu pai, José Ramon Conde Rivas, foi um imigrante que veio da Galícia para o Rio, onde chegou a ter uma fábrica de sapatos. Sua mãe, Amélia Fernandez Conde, nascida no Brasil de pais galegos, foi cantora lírica e fundadora do Conservatório Brasileiro de Música, nos anos 30.
No curso universitário, conheceu Rizza Paes Fernandez Conde, com quem se casou logo depois de se formar.
Do casamento, nasceram três filhos, Marcelo, Marcos e Elisa. O primeiro é quem dirige a empresa de arquitetura que Conde formou em 1974 e da qual só se desligou totalmente no ano passado. Isso deu margens para que fosse acusado de beneficiar seus negócios privados a partir de seu trabalho como secretário municipal de Urbanismo (1993 a 1996) e depois como prefeito.


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