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Espanha é inspiração para Conde
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
Caso consiga se reeleger, Luiz
Paulo Fernandez Conde (PFL),
66, terá como uma das primeiras
tarefas distribuir os cargos das 30
administrações regionais entre
candidatos derrotados à Câmara
Municipal, cumprindo promessa
feita em julho passado.
O loteamento mostra como o
arquiteto, que disputou uma eleição pela primeira vez aos 62 anos,
em pouco tempo dominou técnicas da política tradicional, a ponto
de há dois anos ter obrigado Cesar
Maia - o ex-prefeito que o fez sucessor- a sair do PFL.
Para Conde, sua promessa nada
tem a ver com lotear cargos, mas
sim com um modelo que valoriza
lideranças distritais. Ele diz que as
administrações regionais são órgãos de representação do prefeito
nos bairros e que o melhor é
preenchê-las com pessoas de expressão eleitoral nessas áreas.
Barcelona é apontada por ele
como local que aplicou esse modelo. Essa cidade espanhola é
também sua referência frequente
quando cita locais onde foi buscar
idéias que adaptou para o Rio.
Entre elas, o Rio Cidade, programa de reurbanização de bairros inspirado nas obras de revitalização de Barcelona, coordenadas pelo arquiteto Oriol Bohigas,
antes das Olimpíadas de 1992.
Bohigas é um dos amigos que
Conde cultiva nos círculos internacionais de arquitetos, desde
que se formou em 1959 na antiga
Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil,
atual UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
A ligação do prefeito com a Espanha é anterior a sua definição
profissional. Seu pai, José Ramon
Conde Rivas, foi um imigrante
que veio da Galícia para o Rio, onde chegou a ter uma fábrica de sapatos. Sua mãe, Amélia Fernandez Conde, nascida no Brasil de
pais galegos, foi cantora lírica e
fundadora do Conservatório Brasileiro de Música, nos anos 30.
No curso universitário, conheceu Rizza Paes Fernandez Conde,
com quem se casou logo depois
de se formar.
Do casamento, nasceram três filhos, Marcelo, Marcos e Elisa. O
primeiro é quem dirige a empresa
de arquitetura que Conde formou
em 1974 e da qual só se desligou
totalmente no ano passado. Isso
deu margens para que fosse acusado de beneficiar seus negócios
privados a partir de seu trabalho
como secretário municipal de Urbanismo (1993 a 1996) e depois
como prefeito.
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