São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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MACEIÓ
Prefeita e adversário disputaram o segundo turno com apoio de seus adversários históricos; peessebista tem apoio de aliados de Collor e de FHC, e candidato do PPS, de Calheiros
Diferença Kátia-Régis atinge 22 pontos

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A candidata à reeleição em Maceió, Kátia Born (PSB), oscilou positivamente um ponto e atingiu 61% dos votos válidos. Seu adversário, Régis Cavalcante (PPS), oscilou negativamente um ponto e tem 39% dos válidos.
A margem de erro da pesquisa, realizada anteontem com 1.488 eleitores, é de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A prefeita e Cavalcante disputaram o segundo turno com apoio de seus adversários históricos.
Born conseguiu reunir no mesmo palanque aliados do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) e do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Cavalcante se aliou com o senador Renan Calheiros (PMDB) e conseguiu apoios ainda mais à direita, como o do vereador reeleito Pastor João Luiz, homem do PPB, partido dominado no Estado pela família de Paulo César Farias.
O candidato do PPS conseguiu também rachar o PT local em decorrência do apoio que recebeu da senadora Heloísa Helena (PT), apesar de a executiva local do partido ter decidido pela isenção.
Quinze ônibus com lideranças petistas, inclusive o presidente regional do partido, deputado Paulo Fernandes dos Santos, deixaram Maceió para "reforçar" a campanha do petista João Paulo, candidato que enfrenta o prefeito de Recife, Roberto Magalhães (PFL), no segundo turno.
Apesar das alianças e apoios de adversários, Born e Cavalcante passaram a campanha tentando transferir um para o outro a pecha de ""esquerda descaracterizada".
No horário eleitoral, Born chamava Cavalcante de "candidato das forças do atraso", relacionando seu nome com o de Renan Calheiros e os dos ex-governadores Divaldo Suruagy e Manoel Gomes de Barros, todos do PMDB.
Já Cavalcante apelidou Born de "candidata do milhão", acusando-a de ter feito uma campanha milionária e de ter se afastado do programa popular para o qual foi eleita em 96, inclusive com o apoio dele próprio.
"O PSB não faz mais parte da esquerda em Alagoas. Agora é um partido oligárquico", afirmou Cavalcante, que tem apoio do PC do B e do PDT, presidido no Estado pelo vice-governador Geraldo Sampaio, que não esconde de ninguém ser brizolista e, ao mesmo tempo, amigo e aliado de Fernando Collor de Mello.

Direito de resposta
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas concedeu na noite de anteontem direito de resposta de seis minutos ao governador Ronaldo Lessa (PSB), acusado de prática de nepotismo no programa eleitoral de Cavalcante. A inserção estava prevista para ter início às 20h30 de ontem sábado.
A coligação que apóia a campanha de reeleição de Kátia Born (PSB) comemorou o tempo precioso que o governador terá para se defender. Segundo assessores de Born, a presença de Lessa em horário nobre na véspera da eleição garante a reeleição da prefeita.
Isso porque, segundo eles, vai ficar caracterizado que o candidato do PPS utilizou-se da falta de ética para tentar chegar ao cargo.
A reeleição de Born hoje representará uma vitória de Lessa. Caso Cavalcante vença, o principal fortalecido será Calheiros, que vinha buscando uma imagem de centro-esquerda na capital alagoana, onde seu desempenho é mais frágil do que no interior, para cumprir seu projeto de chegar ao governo estadual em 2002.


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