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MACEIÓ
Prefeita e adversário disputaram o segundo turno com apoio de seus adversários
históricos; peessebista tem apoio de aliados de Collor e de FHC, e candidato do PPS, de Calheiros
Diferença Kátia-Régis atinge 22 pontos
ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
A candidata à reeleição em Maceió, Kátia Born (PSB), oscilou
positivamente um ponto e atingiu
61% dos votos válidos. Seu adversário, Régis Cavalcante (PPS), oscilou negativamente um ponto e
tem 39% dos válidos.
A margem de erro da pesquisa,
realizada anteontem com 1.488
eleitores, é de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A prefeita e Cavalcante disputaram o segundo turno com apoio
de seus adversários históricos.
Born conseguiu reunir no mesmo palanque aliados do ex-presidente Fernando Collor de Mello
(PRTB) e do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB).
Cavalcante se aliou com o senador Renan Calheiros (PMDB) e
conseguiu apoios ainda mais à direita, como o do vereador reeleito
Pastor João Luiz, homem do PPB,
partido dominado no Estado pela
família de Paulo César Farias.
O candidato do PPS conseguiu
também rachar o PT local em decorrência do apoio que recebeu
da senadora Heloísa Helena (PT),
apesar de a executiva local do partido ter decidido pela isenção.
Quinze ônibus com lideranças
petistas, inclusive o presidente regional do partido, deputado Paulo Fernandes dos Santos, deixaram Maceió para "reforçar" a
campanha do petista João Paulo,
candidato que enfrenta o prefeito
de Recife, Roberto Magalhães
(PFL), no segundo turno.
Apesar das alianças e apoios de
adversários, Born e Cavalcante
passaram a campanha tentando
transferir um para o outro a pecha
de ""esquerda descaracterizada".
No horário eleitoral, Born chamava Cavalcante de "candidato
das forças do atraso", relacionando seu nome com o de Renan Calheiros e os dos ex-governadores
Divaldo Suruagy e Manoel Gomes
de Barros, todos do PMDB.
Já Cavalcante apelidou Born de
"candidata do milhão", acusando-a de ter feito uma campanha
milionária e de ter se afastado do
programa popular para o qual foi
eleita em 96, inclusive com o
apoio dele próprio.
"O PSB não faz mais parte da esquerda em Alagoas. Agora é um
partido oligárquico", afirmou Cavalcante, que tem apoio do PC do
B e do PDT, presidido no Estado
pelo vice-governador Geraldo
Sampaio, que não esconde de ninguém ser brizolista e, ao mesmo
tempo, amigo e aliado de Fernando Collor de Mello.
Direito de resposta
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas concedeu na
noite de anteontem direito de resposta de seis minutos ao governador Ronaldo Lessa (PSB), acusado de prática de nepotismo no
programa eleitoral de Cavalcante.
A inserção estava prevista para ter
início às 20h30 de ontem sábado.
A coligação que apóia a campanha de reeleição de Kátia Born
(PSB) comemorou o tempo precioso que o governador terá para
se defender. Segundo assessores
de Born, a presença de Lessa em
horário nobre na véspera da eleição garante a reeleição da prefeita.
Isso porque, segundo eles, vai ficar caracterizado que o candidato
do PPS utilizou-se da falta de ética
para tentar chegar ao cargo.
A reeleição de Born hoje representará uma vitória de Lessa. Caso Cavalcante vença, o principal
fortalecido será Calheiros, que vinha buscando uma imagem de
centro-esquerda na capital alagoana, onde seu desempenho é
mais frágil do que no interior, para cumprir seu projeto de chegar
ao governo estadual em 2002.
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