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BELÉM
Edmilson Rodrigues (PT) e Duciomar Costa (PSD) solicitaram segurança por temerem manifestações de violência
Agentes da Polícia Federal dão proteção a candidatos
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A BELÉM
LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Os dois candidatos a prefeito de
Belém, Edmilson Rodrigues (PT)
e Duciomar Costa (PSD), estão
sob proteção da Polícia Federal.
Segundo o superintendente da PF
no Pará, Geraldo Araújo, ambos
solicitaram segurança por temerem manifestações de violência.
A pedido do Tribunal Regional
Eleitoral, o 8º Comando do Exército colocará 500 soldados nas
ruas e manterá o restante da tropa
de prontidão. Outros 2.500 homens das Polícias Civil e Militar
farão o policiamento da cidade.
Para a presidente do TRE, desembargadora Ivone Santiago, o
clima na cidade é de muita animosidade entre os simpatizantes
dos dois candidatos e podem
ocorrer conflitos.
Eleição de 1950
Ela diz que esta eleição é a mais
tensa desde a violenta disputa pelo governo do Estado travada entre os generais Joaquim Cardoso
Barata (PSD) e Antônio Assunção
(UDN), em 1950, que resultou em
mortes e vários feridos. Barata,
que foi interventor do Estado,
perdeu a disputa por pequena diferença de votos.
O mesmo fenômeno, diz a desembargadora, acontece também
agora. A cidade está dividida entre o amarelo (cor usada por Duciomar) e o vermelho, do PT.
Grande parte dos carros circula
com bandeiras dos candidatos,
que também são vistas nas sacadas dos apartamentos e nas janelas das casas.
"Ambos os lados se acusam e se
caluniam e, por isso, esta eleição
me remete a um passado sombrio
de violência", prossegue a desembargadora, referindo-se à eleição
de 50.
Na última semana, os dois candidatos desencadearam uma
guerra de acusações entre eles. Na
quinta-feira, o prefeito Edmilson
Rodrigues, que tenta a reeleição,
foi acusado por deputados do
PSDB de morar em um apartamento pertencente ao empresário
Mário Sérgio Ismael, ex-sócio da
Terraplena, que tem contrato
com a prefeitura para limpeza de
metade das ruas da cidade.
O PT, em contrapartida, acusou
Duciomar de ter usado diploma
falso de médico e de ter falsificado
atestado de reservista "enganando as Forças Armadas".
Os dois lados passaram a exibir
cenas de quebra-quebra e de
agressões nas ruas registradas durante e antes da campanha. Cada
um, no entanto, aponta o outro
como incitador da violência.
Ao comentar os programas, a
presidente do TRE afirmou: "A
ciência política é linda na teoria,
mas na prática é uma baixaria".
PT versus Almir Gabriel
Segundo Edmilson Rodrigues,
esta eleição faz parte da estratégia
do PT para 2002. "Estamos afirmando a unidade da Frente Popular do Pará (PT, PSB, PC do B,
PPS e PCB) para disputar o poder
do Estado e o Senado. Uma vaga
de senador é nossa, da esquerda.
Definimos uma estratégia e não
escondemos o jogo."
O candidato petista tem o apoio
discreto do senador Jader Barbalho (PMDB), embora Rodrigues
negue a existência de aliança entre
eles. Barbalho, na avaliação do
PT, ganhou espaço na eleição municipal no interior, conseguindo
algumas das principais cidades,
como Santarém, Tucuruí, Castanhal e Altamira.
O candidato Duciomar Costa é
apoiado pelo governador Almir
Gabriel (PSDB), que botou a estrutura tucana à sua disposição
no segundo turno.
O governador, por sua vez, avalia que o PSDB ganhou nesta eleição. "Fizemos 700 mil votos de
um total de 2,4 milhões. Dos 143
municípios paraenses, 96 estão
nas mãos da União pelo Pará
(frente que apóia Duciomar)."
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