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Tarso afirma ter vocação para o cargo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O petista Tarso Genro, 53, que
tenta ser prefeito de Porto Alegre
pela segunda vez (ele comandou o
município de 1993 a 96), é um político que confessa ter vocação para cargos executivos, em detrimento de funções legislativas.
Se vencer hoje -garantindo ao
PT pelo menos 16 anos de poder
ininterrupto na capital gaúcha,
desde 1989-, Tarso será um dos
primeiros nomes no rol de petistas para concorrer ao governo do
Rio Grande do Sul e até à Presidência da República.
Em 1998, apoiado pelas alas moderadas do seu partido, ele perdeu
a eleição prévia para o atual governador, Olívio Dutra, que era
sustentado pelas correntes mais
radicais do partido.
Cogitou-se uma composição
que acomodaria Tarso na chapa
majoritária, como candidato ao
Senado, mas ele rejeitou participar do arranjo alegando ser mais
adequado para exercer funções
executivas.
"Meu perfil e minha experiência
política me convenceram de que
sou homem do Executivo e não
do Legislativo", afirma.
Ele também não aceitou, naquela oportunidade, ser candidato a
vice de Olívio, repetindo a chapa
que, em 1988, deu ao partido o seu
primeiro mandato na capital gaúcha.
Tarso não precisou de experiências legislativas longas para definir sua preferência por cargo de
mando. Ele estreou na política
partidária como vereador do extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em 1968, em
Santa Maria (RS). Mas não cumpriu todo o mandato.
Renunciou, em 1970, em protesto à cassação de deputados estaduais, e se auto-exilou no Uruguai. Entre 1989 e 1990 assumiu
mandato como deputado federal,
na condição de primeiro suplente
da bancada do PT gaúcho.
Ex-militante do clandestino
PRC (Partido Comunista Revolucionário), Tarso fundou dentro
do PT o movimento Rede, para
"desbloquear" as relações internas no partido.
Autor do livro "Utopia Possível", Tarso afirma que quem acredita nos "ideais utópicos" da
igualdade e da liberdade precisa
"resgatar a força da política".
(CARLOS ALBERTO SOUZA)
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