|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORTO ALEGRE
Vitória dará a quarta gestão municipal consecutiva do PT na capital gaúcha;
petista está com 70% dos votos válidos em pesquisa Datafolha de ontem; Collares tem 30%
Genro está próximo de segundo mandato
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Tarso Genro (PT) está próximo
de obter seu segundo mandato
para a Prefeitura de Porto Alegre,
o quarto consecutivo do partido
na capital do Rio Grande do Sul.
Genro está com 70% dos votos
válidos, indica pesquisa Datafolha
concluída ontem. Seu adversário,
Alceu Collares (PDT), aparece
com 30% dos votos válidos.
O petista foi considerado vencedor do debate realizado anteontem por 71% dos entrevistados
-17% apontaram Collares. Assistiram ao debate, 42% do entrevistados.
A campanha do segundo turno
foi marcada por divergências de
propostas e por táticas distintas
relacionadas ao passado político
dos candidatos Tarso Genro (PT)
e Alceu Collares (PDT), já que
ambos ocuparam a prefeitura.
O petista foi prefeito de 93 a 96 e
o pedetista de 86 a 88, em um
mandato de três anos, devido à
circunstância política da época de
redemocratização do país.
Enquanto o petista comparou
práticas administrativas do passado, Collares evitou medir forças
diretamente -embora sempre
tenha afirmado que, em menos
tempo de gestão, fez "mais obras
que o PT em 12 anos", referindo-se aos três mandatos seguidos.
Tarso definia o argumento como "falacioso" e apresentava números da "superioridade no volume de obras petistas".
Já as divergências sobre propostas foram marcantes. O pedetista
acusou o PT de descuidar da segurança pública, "lavando a mão
no sangue dos inocentes", em alusão a dois recentes homicídios cometidos durante assaltos.
Tarso negou, dizendo que o pedetista explorava o infortúnio das
vítimas. Em defesa do seu partido,
que governa o Estado, disse que a
Brigada Militar (a PM gaúcha) está sendo aperfeiçoada.
Na educação, Tarso defendeu o
ensino por ciclos, que, segundo
ele, praticamente eliminou a evasão e a repetência. Para Collares,
fora do ensino por séries (que
promete restabelecer se eleito), as
crianças são aprovadas sem
aprender. Collares também prometeu retomar o sistema de atendimento integral, em que a criança passa o dia na escola e faz cinco
refeições.
"Frente ampla"
A eleição de hoje em Porto Alegre projeta, para o PT, a possibilidade de o partido garantir a presença no poder por quatro mandatos seguidos. Já o PDT luta contra o "continuísmo" na administração municipal.
Collares se aliou a partidos como PSDB, PFL, PPB e PMDB, derrotados no primeiro turno. Com a
formação da "Frente Ampla", Collares passou a pedir o voto "na
oposição" para derrotar a "ditadura do PT".
Em 1º de outubro, Tarso teve
48,72% dos votos (381.117), e Collares, 20,07% (157.015). Já nessa
ocasião, Collares se definia como
"candidato anti-PT".
A candidatura de Collares provocou a ruptura da aliança que o
PDT tinha com o PT no governo
estadual de Olívio Dutra. Muitos
integrantes do partido não aceitaram e abandonaram o partido.
Uma vitória de Tarso representaria a reafirmação da principal
bandeira política do PT: a participação popular por meio do orçamento participativo.
Para Collares, o combate à violência sempre esteve entre suas
principais propostas.
O candidato do PDT defendeu a
criação de uma guarda municipal
-com poderes de polícia- para
reduzir a criminalidade.
Texto Anterior: Interior: Disputa também foi federalizada Próximo Texto: Tarso afirma ter vocação para o cargo Índice
|