São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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INTERIOR DE SP
Em Santos, militantes petistas intensificam campanha junto a moradores da periferia para inverter vantagem do pepebista na orla; prefeito entrega obras na zona noroeste
Mansur tem 50%, contra 43% de Telma

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB) subiu um ponto e continua em primeiro lugar, com 50% das intenções de votos, segundo a última pesquisa Datafolha. Já Telma de Souza (PT) caiu um ponto e tem 43% dos votos. Segundo o levantamento, o pepebista tem 54% dos votos válidos, enquanto a petista detém 46%.
Foram feitas 1.344 entrevistas, e a margem de erro da pesquisa é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Agora, a capacidade de obter a adesão de última hora dos eleitores indecisos -que são 3%- é o fator que poderá decidir a segunda eleição consecutiva para a Prefeitura de Santos disputada entre Mansur e Telma.
Os petistas estão convencidos de que o "voto dos pobres" decidirá a eleição. A estratégia é tentar ampliar a vantagem de Telma de Souza na periferia da cidade, tradicional reduto do partido e da candidata, como forma de compensar a larga desvantagem na região da orla da praia.
Na última semana de campanha, grupos de militantes do PT fizeram visitas de casa em casa na zona noroeste e nos morros, que reúnem os bairros periféricos da cidade. Telma de Souza compareceu diariamente à região para pedir votos aos moradores.
Mansur também direcionou esforços de campanha para os bairros da região, a fim de neutralizar as ações do PT. A exemplo de sua adversária, o prefeito organizou comícios e ampliou as atividades de campanha na zona noroeste. Na quinta e na sexta-feira, a prefeitura entregou obras na região.
Para hoje, o PT promete envolver pelo menos 2.000 pessoas no trabalho de fiscalização nas zonas eleitorais e na tarefa de conversar com os eleitores nas ruas.
Mansur afirmou que os pepebistas estão orientados apenas a votar com a camiseta do candidato e pedir voto aos amigos, já que a boca-de-urna é proibida.
Uma eventual segunda derrota consecutiva de Telma de Souza -em torno de quem gravita o PT na cidade- deverá resultar na ascensão de outras lideranças petistas para a disputa municipal de 2004, como as do vereador Fausto Figueira de Mello Júnior, campeão de votos neste ano, e das deputadas estaduais Maria Lúcia Prandi e Mariângela Duarte.
Na hipótese de nova vitória de Mansur, o PT e os partidos aliados, que ampliaram a bancada de vereadores na Câmara Municipal, já estão consolidados como principal força de oposição, como reconhece o próprio prefeito.
"É lógico que o PT tem representatividade. Seria burrice achar que vou ganhar e vou aniquilar as lideranças desse partido. Acho que o PT será a grande força de oposição ao nosso governo, até porque não tem outra", afirmou Mansur.
Um trunfo de Telma na reta final de campanha foi o apoio do governador Mário Covas (PSDB), anunciado no último dia do horário eleitoral gratuito na televisão.
Pela manhã, Covas gravou em São Paulo um depoimento de apoio a Telma de Souza (PT), exibido anteontem à noite no programa da candidata. "Se ainda tenho o direito de lhe pedir alguma coisa, eu peço: vote na Telma", disse Covas, que é santista.
Renata Covas, filha do governador, que mora em Santos, já havia feito uma aparição na TV manifestando seu apoio a Telma.
O gesto de Covas foi uma retribuição à atitude de Telma em 98, quando a petista o apoiou.


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