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INTERIOR DE SP
Em Santos, militantes petistas intensificam campanha junto a moradores da
periferia para inverter vantagem do pepebista na orla; prefeito entrega obras na zona noroeste
Mansur tem 50%, contra 43% de Telma
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB) subiu um ponto e continua em primeiro lugar, com 50%
das intenções de votos, segundo a
última pesquisa Datafolha. Já Telma de Souza (PT) caiu um ponto
e tem 43% dos votos. Segundo o
levantamento, o pepebista tem
54% dos votos válidos, enquanto
a petista detém 46%.
Foram feitas 1.344 entrevistas, e
a margem de erro da pesquisa é de
2,5 pontos percentuais para mais
ou para menos.
Agora, a capacidade de obter a
adesão de última hora dos eleitores indecisos -que são 3%- é o
fator que poderá decidir a segunda eleição consecutiva para a Prefeitura de Santos disputada entre
Mansur e Telma.
Os petistas estão convencidos
de que o "voto dos pobres" decidirá a eleição. A estratégia é tentar
ampliar a vantagem de Telma de
Souza na periferia da cidade, tradicional reduto do partido e da
candidata, como forma de compensar a larga desvantagem na região da orla da praia.
Na última semana de campanha, grupos de militantes do PT
fizeram visitas de casa em casa na
zona noroeste e nos morros, que
reúnem os bairros periféricos da
cidade. Telma de Souza compareceu diariamente à região para pedir votos aos moradores.
Mansur também direcionou esforços de campanha para os bairros da região, a fim de neutralizar
as ações do PT. A exemplo de sua
adversária, o prefeito organizou
comícios e ampliou as atividades
de campanha na zona noroeste.
Na quinta e na sexta-feira, a prefeitura entregou obras na região.
Para hoje, o PT promete envolver pelo menos 2.000 pessoas no
trabalho de fiscalização nas zonas
eleitorais e na tarefa de conversar
com os eleitores nas ruas.
Mansur afirmou que os pepebistas estão orientados apenas a
votar com a camiseta do candidato e pedir voto aos amigos, já que
a boca-de-urna é proibida.
Uma eventual segunda derrota
consecutiva de Telma de Souza
-em torno de quem gravita o PT
na cidade- deverá resultar na ascensão de outras lideranças petistas para a disputa municipal de
2004, como as do vereador Fausto
Figueira de Mello Júnior, campeão de votos neste ano, e das deputadas estaduais Maria Lúcia
Prandi e Mariângela Duarte.
Na hipótese de nova vitória de
Mansur, o PT e os partidos aliados, que ampliaram a bancada de
vereadores na Câmara Municipal,
já estão consolidados como principal força de oposição, como reconhece o próprio prefeito.
"É lógico que o PT tem representatividade. Seria burrice achar
que vou ganhar e vou aniquilar as
lideranças desse partido. Acho
que o PT será a grande força de
oposição ao nosso governo, até
porque não tem outra", afirmou
Mansur.
Um trunfo de Telma na reta final de campanha foi o apoio do
governador Mário Covas (PSDB),
anunciado no último dia do horário eleitoral gratuito na televisão.
Pela manhã, Covas gravou em
São Paulo um depoimento de
apoio a Telma de Souza (PT), exibido anteontem à noite no programa da candidata. "Se ainda tenho o direito de lhe pedir alguma
coisa, eu peço: vote na Telma",
disse Covas, que é santista.
Renata Covas, filha do governador, que mora em Santos, já havia
feito uma aparição na TV manifestando seu apoio a Telma.
O gesto de Covas foi uma retribuição à atitude de Telma em 98,
quando a petista o apoiou.
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