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Aliança pró-Serra vai governar metade de SP
Juntos, PSDB, DEM e o neo-aliado PMDB estarão no comando de 349 municípios do Estado e quase 25 milhões de pessoas
Apesar de não ter a capital,
PT cresce e vai comandar 7,3
milhões de paulistas em 64
cidades, sendo 10 delas
na região metropolitana
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos nomes cotados para
disputar a sucessão do presidente petista Luiz Inácio Lula
da Silva em 2010, o governador
tucano José Serra terá a partir
de 1º de janeiro quase 25 milhões dos 41 milhões de paulistas sob o comando de administrações municipais engajadas
diretamente no projeto de levá-lo ao Palácio do Planalto.
Juntas, PSDB, DEM e o neo-parceiro PMDB foram as siglas
que mais elegeram prefeitos no
Estado de São Paulo neste ano
-349 no total, mais da metade
dos 645 municípios- e receberam 15,4 milhões de votos.
A própria oposição a Serra
admite que o tucano poderá
contar ainda com mais prefeituras, já que na Assembléia
paulista outros partidos estão
com o governo estadual, como
o PTB, o PDT, o PP e o PV.
Mas o PT avalia que pode brigar pelos prefeitos desses partidos, já que todas as siglas fazem
parte da base de apoio de Lula e
têm cargos na Esplanada dos
Ministérios. Em Campinas, por
exemplo, Dr. Hélio (PDT) tem
o PT como vice.
Outro aliado do governador é
o PPS -que tem 29 prefeituras
e 772 mil habitantes.
Na eleição deste ano, os tucanos venceram em 202 cidades
paulistas, apenas quatro a mais
do que em 2004. Em termos
populacionais, o PSDB fica
atrás do PT, que obteve êxitos
importantes nos grandes centros: 7 milhões de pessoas administradas contra 7,3 milhões
dos petistas.
Mas, para alento dos tucanos,
o aliado preferencial de Serra, o
DEM, será o partido que governará o maior número de cidadãos: 13,8 milhões de pessoas.
Além da vitória na capital
(maior cidade da América Latina), o partido também cresceu
no interior, onde conquistou 76
cidades neste ano, sendo algumas delas importantes centros
regionais, como Ribeirão Preto,
até então tradicionalmente polarizada entre PT e PSDB.
O DEM superou ainda, pela
primeira vez, o PMDB no número de prefeituras conquistadas no Estado. O partido do ex-governador Orestes Quércia,
que na capital apoiou a reeleição do democrata Gilberto
Kassab, caiu de 90 em 2004 para 70 neste ano -3,4 milhões
de habitantes.
Quércia, que controla com
mão-de-ferro os peemedebistas de São Paulo, já declarou
que trabalhará para que Serra
seja o candidato a presidente.
Seu maior entrave será Bauru,
onde o PT é vice do PMDB.
Oposição
O PT, a despeito da derrota
de Marta Suplicy para Kassab,
também aumentou seu poder
no Estado. Governará 7,3 milhões de pessoas, 2 milhões a
mais em relação a 2004 -saltou de 57 cidades para 64, sendo 10 delas na populosa região
metropolitana da capital.
Os candidatos petistas foram
votados por 8,4 milhões de eleitores. A avaliação interna do
partido é que há uma recuperação no Estado, após a crise do
mensalão. As vitórias no entorno da capital, dizem reservadamente os petistas, são fundamentais para "cercar" Serra.
Entre essas cidades estão Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, Diadema, Mauá e
Carapicuíba. Somadas, elas
têm um eleitorado de 2,6 milhões de pessoas.
O Estado de São Paulo é considerado estratégico pelas direções do PSDB e do PT. Nos dois
turnos da disputa presidencial
de 2006, Luiz Inácio Lula da
Silva foi derrotado por Geraldo
Alckmin (PSDB) em São Paulo.
Esse resultado gera um temor
na direção do PT.
Membros do partido analisam que, se Lula perdeu no
maior colégio eleitoral do país,
o resultado pode ser pior com
um candidato sem o mesmo carisma do presidente.
Colaborou CAROLINA ARAÚJO, da Redação
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