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LOTERIA
Casa diz que tomou medida para evitar privilégios a deputados
Câmara faz sorteio de gabinetes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com transmissão ao vivo pela
TV Câmara e pompas de um
sorteio de loteria federal, foram
distribuídos ontem 187 gabinetes entre os deputados eleitos.
A medida foi tomada para evitar privilégios a deputados de
maior prestígio e evitar o "mercado negro" de gabinetes ocorrido no passado, quando deputados não-reeleitos cediam seus
gabinetes em troca da contratação de funcionários.
"Vamos ao sorteio de mais
um gabinete. É o 748, que sai para Luciano Leitoa (PDT-MA)",
dizia com voz empostada o
apresentador. O número do gabinete era retirado de um globo
por uma assistente de palco.
Numa das primeiras fileiras, o
deputado eleito Ronivon Santiago (PPB-AC) aguardava o
sorteio. Ele responde a processo
na Justiça Eleitoral por compra
de votos nas eleições deste ano.
Teve a prisão preventiva revogada no último sábado.
E o apresentador seguia: "É o
gabinete 831, que sai para Jader
Barbalho (PMDB-PA)". Um
murmúrio contido toma conta
do público. O nome de Enéas
Carneiro (Prona-SP) recebe
vaias. A platéia delira quando é
anunciado o gabinete de Sandes
Júnior (PPB-GO), cujo nome
lembra a dupla Sandy e Júnior.
O primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti
(PPB-PE), afirmou que o sorteio
evita "deputados de primeira e
de segunda". Ele disse ter sido
procurado pelo deputado eleito
Antonio Carlos Magalhães Neto
(PFL-BA), que queria ficar com
gabinete 906, já ocupado pelo
tio Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), morto em 1998. ACM
Neto ficou com o gabinete 939.
O 906, com Ronivon Santiago.
(LUCIO VAZ)
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