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"MENSALÃO"/TRÉGUA NA ESPLANADA
Coordenador político afirma que meta de superávit primário é 4,25% e "não está em discussão nem para cima nem para baixo"
Rixa de ministros é página virada, diz Wagner
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O coordenador político do governo, ministro Jaques Wagner
(Relações Institucionais), disse
ontem que a disputa entre os ministros Antonio Palocci e Dilma
Rousseff é "página virada", acrescentando "ter a palavra" do presidente de que a meta de superávit
primário (economia para pagar
juros que incidem sobre a dívida
pública) será mantida em 4,25%
do PIB (Produto Interno Bruto).
"A divergência brotou de uma
discussão de futuro, não de presente. Foi a partir daquele plano
de longo prazo de ajuste fiscal. Ele
[o projeto] não está em discussão
neste momento. Sobre a condução até 2006, tenho a palavra do
presidente que o superávit é o que
está declarado e será mantido até
2006", disse Wagner. "Esse tema
não está em discussão nem para
cima nem para baixo", completou, negando a "meta informal"
de esforço fiscal.
Apesar das declarações de Wagner, o superávit primário deste
ano deve ficar em 4,7% do PIB
-acima da meta, como defende
Palocci. Até outubro, esse superávit estava em 5,97% do PIB. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) já havia admitido que o
superávit poderá ser maior que a
meta estabelecida.
Segundo Wagner, o acordo entre os ministros "não foi verbalizado" na reunião de coordenação
do governo, ontem, mas pôde
"ser sentido pela postura deles".
Berzoini
O presidente nacional do PT,
Ricardo Berzoini, defendeu ontem superávit primário de 4,25%
do PIB e disse que a discussão deve ser "arbitrada" pelo presidente.
Afirmou que não se trata de de
questionar a política econômica,
mas se "o esforço fiscal adicional
poderia ou não ser útil ao país no
curto e médio prazo".
Essa discussão, segundo Berzoini, só é possível hoje por causa do
trabalho da equipe econômica até
agora. Ele disse que não há divergências e afirmou que o modelo
econômico vigente, com controle
de inflação, responsabilidade fiscal e superávit primário, deve ser
mantido. "Não vemos na posição
da ministra ou do partido uma
contraposição com a política econômica. É uma avaliação sobre a
intensidade de um dos instrumentos da política econômica."
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