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Testemunha aponta novo motivo para o assassinato de Daniel
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase quatro anos após o assassinato de Celso Daniel, a CPI
dos Bingos e o Ministério Público
ouviram ontem, em São Paulo,
uma líder comunitária que aponta o empresário Sérgio Gomes da
Silva como mandante do seqüestro do prefeito de Santo André.
Mas dá uma motivação totalmente nova: cobrança de uma fatura
de campanha.
Segundo a testemunha, que trabalha na favela de Heliópolis, Gomes da Silva obteve, com um traficante conhecido como "Banana", R$ 1,5 milhão para a campanha de 2000. Em troca, Celso Daniel legalizaria, se eleito, transporte de lotação, outro ramo de atuação do traficante.
Como a promessa não foi cumprida, o traficante exigiu o dinheiro. Segundo a versão, Gomes da
Silva decidiu seqüestrar Celso Daniel e pedir resgate de R$ 3 milhões. O plano só teria fracassado
porque o prefeito reconheceu entre os seqüestradores um segurança de Gomes da Silva, identificado como "Cabo Lima". Por isso, Daniel foi morto.
Chamada de "extraordinária"
pelo promotor Roberto Wider, a
história teria sido repassada à testemunha por um informante que,
convidado a participar do crime,
se recusou. Só que "Paraíba"
-como era chamado- morreu,
como Cabo Lima. Ao comentar a
versão, Wider é cauteloso: "Não
está de acordo com a investigação
que vinha até o momento".
Na versão dessa nova testemunha, Dionízio Severo participou
do seqüestro a pedido de Gomes
da Silva. Resgatado de um presídio na véspera do seqüestro, Severo foi recapturado em abril de
2002. Em depoimento, disse que
conhecia Gomes da Silva e que só
daria detalhes em juízo, mas foi
morto num centro de detenção.
Paraíba teria contado essa versão à testemunha no dia da prisão
de Severo. Ela procurou o senador
Eduardo Suplicy (PT-SP) para
contar sua versão.
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