São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 2005

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Testemunha aponta novo motivo para o assassinato de Daniel

DA REPORTAGEM LOCAL

Quase quatro anos após o assassinato de Celso Daniel, a CPI dos Bingos e o Ministério Público ouviram ontem, em São Paulo, uma líder comunitária que aponta o empresário Sérgio Gomes da Silva como mandante do seqüestro do prefeito de Santo André. Mas dá uma motivação totalmente nova: cobrança de uma fatura de campanha.
Segundo a testemunha, que trabalha na favela de Heliópolis, Gomes da Silva obteve, com um traficante conhecido como "Banana", R$ 1,5 milhão para a campanha de 2000. Em troca, Celso Daniel legalizaria, se eleito, transporte de lotação, outro ramo de atuação do traficante.
Como a promessa não foi cumprida, o traficante exigiu o dinheiro. Segundo a versão, Gomes da Silva decidiu seqüestrar Celso Daniel e pedir resgate de R$ 3 milhões. O plano só teria fracassado porque o prefeito reconheceu entre os seqüestradores um segurança de Gomes da Silva, identificado como "Cabo Lima". Por isso, Daniel foi morto.
Chamada de "extraordinária" pelo promotor Roberto Wider, a história teria sido repassada à testemunha por um informante que, convidado a participar do crime, se recusou. Só que "Paraíba" -como era chamado- morreu, como Cabo Lima. Ao comentar a versão, Wider é cauteloso: "Não está de acordo com a investigação que vinha até o momento".
Na versão dessa nova testemunha, Dionízio Severo participou do seqüestro a pedido de Gomes da Silva. Resgatado de um presídio na véspera do seqüestro, Severo foi recapturado em abril de 2002. Em depoimento, disse que conhecia Gomes da Silva e que só daria detalhes em juízo, mas foi morto num centro de detenção.
Paraíba teria contado essa versão à testemunha no dia da prisão de Severo. Ela procurou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para contar sua versão.


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