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CONGRESSO
Em São Paulo, senador faz críticas ao governo federal e defende projeto criticado pelo presidente
Limitação de MP é prioridade, diz ACM
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), disse ontem que a
aprovação da emenda que limita
o uso de MPs (medidas provisórias) por parte do governo federal
será uma das prioridades do Legislativo para o ano 2000.
ACM, que concedeu entrevista
em São Paulo, também incluiu
entre as prioridades a aprovação
do Orçamento da União e a pauta
da convocação extraordinária
apresentada pelo Executivo. "Algumas coisas, entretanto, deverão
demorar mais que as outras."
Segundo ACM, a votação das
reformas também é prioritária.
"Mas nenhuma deve acabar na
convocação porque não há prazo
regimental nem constitucional
para isso", afirmou o senador.
A emenda que limita o uso das
MPs é motivo de divergências entre ACM e o governo federal. Para
o senador, por meio das MPs o
governo assume a prerrogativa do
Congresso de legislar.
"O governo não quer trabalhar.
A base do governo não quer trabalhar. Viver autoritariamente
para quem pregava a democracia
é intolerável", disse, no dia 2 de
dezembro, ACM, governador indicado da Bahia entre 1971 e 75,
durante o regime militar.
Já o presidente se opõe à emenda por considerá-la um risco à governabilidade.
Atualmente, uma MP tem validade de 30 dias e pode ser reeditada indefinidamente. A emenda
amplia para 60 dias o prazo de vigência das MPs, mas determina
que a medida só poderá ser reeditada uma vez.
Além disso, segundo a emenda,
a medida provisória deve ser
apreciada em até 45 dias após a
sua publicação. Do contrário, entrará em regime de urgência na
casa onde estiver tramitando.
Outra alteração proposta é que
se uma MP não for votada em até
120 dias perde definitivamente a
eficácia.
O governo federal pretende alterar a proposta em janeiro. FHC
chegou a se reunir com ACM e o
presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), no dia 15, para
discutir o assunto. Mas o presidente do Congresso quer aprovar
a emenda sem mudanças durante
a convocação extraordinária.
Segundo ACM, o Congresso
"cumpriu seus deveres" durante
1999, mas passou uma "imagem
negativa" porque nem sempre teve apoio da mídia. "Nunca se votou tanto", disse o senador baiano.
Ele destacou ainda o papel das
CPIs (Comissões Parlamentares
de Inquérito) dos Bancos, Judiciário e Narcotráfico (a única que
continua em 2000).
Para ACM, as CPIs não ofuscaram as demais atividades parlamentares de 99.
"A CPI é uma atividade que,
sempre que necessária, deve ser
usada para demonstrar não apenas a força do Congresso, mas
também que estamos atentos a
todos os fatos, sejam do Executivo, do Judiciário ou do próprio
Legislativo", afirmou.
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