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Um momento inusitado do almoço de desagravo ao ex-comandante da Aeronáutica Walter Bräuer foi o anúncio da homenagem que lhe seria prestada pelo compositor Geraldo Vandré.
Vandré é autor da música "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", mais conhecida como "Caminhando e Cantando", usada como lema da resistência ao regime militar (1964-1985). Por causa da canção, ele foi preso e perseguido.
O diretor social do Clube de Aeronáutica, coronel José Pinto Cabral, anunciou o compositor como "o homem que quebrou seu violão num festival".
De rabo-de-cavalo e vestindo uma camiseta com o emblema da FAB (Força Aérea Brasileira), Vandré, 64, foi ao microfone e começou corrigindo: "Quem quebrou o violão foi o Sérgio Ricardo, não fui eu".
Na homenagem a Bräuer, Vandré recitou os versos da canção "Fabiana", que "nasceu em honra e orgulho da FAB", nas palavras do próprio autor.
Depois, encerrou a leitura com o verso mais famoso do refrão de "Caminhando" -"Vem, vamos embora, que esperar não é saber"- e se referindo a Bräuer como "meu ministro da Aeronáutica".
Vandré e Bräuer se conheceram quando o compositor esteve internado no Hospital da Aeronáutica em São Paulo, em 1985. Desde então, se transformou "num amigo da FAB", segundo Bräuer.
Em 94, Vandré participou das comemorações da Semana da Asa, também em São Paulo, e declamou pela primeira vez a canção "Fabiana".
Vandré, que é advogado, disse que fora ao almoço para prestar solidariedade a Bräuer. Ele ficou o tempo todo ao lado do ex-comandante, até sua saída do Clube de Aeronáutica. O compositor também distribuiu alguns pequenos cartões com a letra de "Fabiana". (FE e IC)



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