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OUTRO LADO
Gasto é "legítimo", diz governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Defesa, ao qual
estão subordinados os comandos
da Aeronáutica, da Marinha e do
Exército, responsáveis pelo maior
volume de gastos secretos no ano,
afirmou que essas despesas são
uma espécie de tradição na administração pública.
"Em todos os governos existem
gastos reservados, normalmente
associados à área de inteligência,
os quais são perfeitamente legítimos e têm o seu sistema de prestação de contas", disse a Defesa por
meio da assessoria de imprensa.
A Folha perguntou se era indispensável que os gastos secretos
ocorressem dessa forma e se isso
não contrariaria a transparência
das contas públicas. A Defesa não
respondeu. Tampouco o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), subordinado à Presidência.
O GSI se limitou a dizer que os
gastos com verba secreta na Presidência eram feitos "exclusivamente" pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) "de acordo
com rubricas específicas previstas
no Orçamento da União e acesso
restrito no Siafi".
Por meio da assessoria, o GSI
insistiu, assim como o Ministério
da Defesa já fizera, que as verbas
secretas estão sujeitas ao controle
do TCU (Tribunal de Contas da
União) e da Ciset (Secretaria de
Controle Interno), do próprio governo federal.
A resolução número 202 do
TCU diz que as despesas secretas
serão analisadas em sessão secreta e em condições especiais, diferentes daquelas impostas aos demais gastos públicos.
O texto da resolução dá a dimensão dos limites do tribunal na
análise dessas contas ao afirmar
que o governo terá de indicar, "na
medida do possível", como as
despesas foram feitas e com que
finalidade.
A Controladoria Geral da União
afirmou que os gastos feitos pela
Presidência da República e pelo
Ministério da Defesa, assim como
as despesas do Ministério das Relações Exteriores, fogem à sua
competência de fiscalização. Esses órgãos, segundo a CGU, têm
seus próprios sistemas de controle interno.
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