São Paulo, Domingo, 30 de Janeiro de 2000


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Fazenda gasta R$ 4 bi com "esqueletos"

da Sucursal de Brasília

Os gastos com "esqueletos" de estatais e de territórios extintos representarão R$ 4,015 bilhões no orçamento do Ministério da Fazenda, neste ano.
A maioria desses gastos se refere ao pagamento de dívidas de estatais que não existem mais, assumidas pela União com autorização do Congresso. A proposta orçamentária do ministério revela que esses gastos são considerados "encargos financeiros da União".
Entre as estatais extintas com dívidas que representam gastos para a União estão a Nuclebras (R$ 9,936 milhões), a Siderbras (R$ 680,3 milhões), o Instituto do Açúcar e do Álcool (R$ 79,9 milhões), o Departamento Nacional de Obras de Saneamento (R$ 442 mil), a Intrebras (R$ 27,153 milhões) e a Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro (R$ 30,712 milhões).
Ainda representam encargos financeiros para a União a LBA (Legião Brasileira de Assistência), um dos principais focos de corrupção do governo Collor (1990-1992), e o extinto território de Rondônia (que agora é Estado), cujas dívidas foram assumidas pelo governo federal em 1981.
Juntos, os dois têm R$ 28,211 milhões reservados na proposta orçamentária do Ministério da Fazenda para este ano.
Segundo levantamento feito pelo deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG), os encargos financeiros da União (pagamento de juros reais e amortização de dívidas) representam 43,7% da proposta orçamentária deste ano.
Esses gastos seriam bem superiores aos dos ministérios da Saúde (6% da proposta), da Educação (3,8%) e da Previdência (21,4%).
"O volume de recursos para encargos financeiros aumentou 327% em quatro anos, a partir dos números enviados pelo governo ao Congresso", diz o parlamentar.
No ano passado, esses encargos consumiram R$ 2,214 bilhões em recursos oriundos da reforma patrimonial do governo (privatizações), segundo acompanhamento da execução orçamentária em 1999.
Em recursos obtidos com concessões e permissões, esses gastos consumiram R$ 3,587 bilhões, além de R$ 4,794 bilhões de receitas diretamente arrecadadas pelo Tesouro Nacional. (FG)


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