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Gastos com AGU aumentam 741,85%
da Sucursal de Brasília
O mercado cativo para títulos
públicos é apenas uma das distorções da proposta orçamentária
deste ano, que ainda não foi votada pelo Congresso Nacional.
Segundo levantamento feito pela Folha, a proposta prevê uma
explosão de gastos na Advocacia
Geral da União, autoriza a Câmara e o Senado a gastar cerca de R$
50 milhões com o extinto IPC
(Instituto de Previdência dos
Congressistas) e contém gastos
em obras com indícios de irregularidades apontados pelo Tribunal de Contas da União.
Na AGU, os investimentos previstos para este ano são 741,85%
superiores ao executado em 1999.
As despesas com pessoal e encargos sociais ficarão 312,54% acima
do gasto em 1999. A AGU diz que
esses gastos são necessários porque o órgão está contratando
1.400 advogados para permitir
sua instalação em todo o país.
Apesar de ter sido extinto em fevereiro de 1999, o IPC vai consumir cerca de R$ 51 milhões dos orçamentos da Câmara e do Senado
neste ano. Segundo as Casas, pensões e aposentadorias continuam
sendo pagas a ex-parlamentares e
a seus dependentes, o que obriga
a realização dessas despesas.
Para obras com irregularidades
apontadas pelo TCU, solicitaram
recursos o Tribunal Regional do
Trabalho de São Paulo, o Tribunal
Regional Federal do Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal, o
DNER (Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem) e o Ministério da Justiça.
O TRT-SP quer R$ 1 milhão para a manutenção do Fórum Trabalhista de São Paulo. O TRF do
Rio pediu R$ 1,5 milhão para concluir seu anexo, e o Ministério Público quer R$ 24,5 milhões para
sua sede, em Brasília.
A Comissão de Orçamento do
Congresso decidiu que esses recursos do Judiciário só serão liberados após serem sanadas as irregularidades apontadas pelo TCU.
No orçamento do DNER, pelo
menos R$ 16 milhões foram solicitados para obras sob suspeita do
TCU. No Congresso, foram acatadas emendas que destinam mais
R$ 157 milhões para elas.
O DNER e o relator do orçamento do órgão, deputado José
Priante (PMDB-PA), têm o mesmo argumento: as obras já estão
em andamento.
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