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São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

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CASO SILVEIRINHA

Deputados se desentendem sobre CPI

Corregedor diz que relatório não serve como prova contra auditores

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O corregedor da Receita Federal, Moacir Ferreira Leão, afirmou que ainda não há provas concretas contra os quatro auditores federais que aparecem como supostos titulares de contas bancárias na Suíça. Leão, que chega hoje ao Rio, disse que o mapa das contas dos envolvidos no suposto esquema de corrupção -quatro auditores e quatro fiscais de renda do Estado do Rio- anexado ao relatório enviado pelo Ministério Público Suíço à Procuradoria Geral da República, em outubro de 2002, não serve como prova.
O documento não tem timbre ou identificação oficial do Discount Bank and Trust Company, banco onde ocorreram os depósitos que somam US$ 36 milhões. O grupo seria comandado por Rodrigo Silveirinha Corrêa, subsecretário de Administração Tributária no governo Anthony Garotinho (de 1999 a abril de 2002).
"Essa dificuldade [a falta de originais" terá que ser superada. Se for necessário, a corregedoria usará todos os meios legais disponíveis junto aos governos do Brasil e da Suíça para que venham ao processo da Receita documentos originais, verdadeiros. Não queremos apenas relatórios", disse.
Segundo Leão, são necessários documentos "idôneos", que provem a titularidade dos suspeitos. "Precisamos de extratos de abertura de contas, de assinaturas deles. Temos que provar a titularidade, principalmente se os acusados não forem réus confessos."
Ontem, o corregedor afastou a auditora federal Márcia Rodrigues da Rocha, por suspeitas de envolvimento com o esquema.
Sem nem sequer ter começado, a CPI do caso está provocando desavenças na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
O futuro presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), aliado de Garotinho, desautorizou ontem tanto o futuro presidente da CPI, Paulo Melo (PMDB), quanto o deputado Carlos Minc (PT), cotado para uma das relatorias.
Melo disse anteontem que poderá convocar até a ex-governadora Benedita da Silva (PT). Em resposta, Minc disse que convocará Garotinho. "A CPI é séria. Não vou permitir que a vaidade de Melo e de Minc atrapalhem as investigações", afirmou Picciani.


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