|
Texto Anterior | Índice
CASO SILVEIRINHA
Deputados se desentendem sobre CPI
Corregedor diz que relatório não serve como prova contra auditores
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O corregedor da Receita Federal, Moacir Ferreira Leão, afirmou
que ainda não há provas concretas contra os quatro auditores federais que aparecem como supostos titulares de contas bancárias na Suíça. Leão, que chega hoje
ao Rio, disse que o mapa das contas dos envolvidos no suposto esquema de corrupção -quatro
auditores e quatro fiscais de renda
do Estado do Rio- anexado ao
relatório enviado pelo Ministério
Público Suíço à Procuradoria Geral da República, em outubro de
2002, não serve como prova.
O documento não tem timbre
ou identificação oficial do Discount Bank and Trust Company,
banco onde ocorreram os depósitos que somam US$ 36 milhões. O
grupo seria comandado por Rodrigo Silveirinha Corrêa, subsecretário de Administração Tributária no governo Anthony Garotinho (de 1999 a abril de 2002).
"Essa dificuldade [a falta de originais" terá que ser superada. Se
for necessário, a corregedoria
usará todos os meios legais disponíveis junto aos governos do Brasil e da Suíça para que venham ao
processo da Receita documentos
originais, verdadeiros. Não queremos apenas relatórios", disse.
Segundo Leão, são necessários
documentos "idôneos", que provem a titularidade dos suspeitos.
"Precisamos de extratos de abertura de contas, de assinaturas deles. Temos que provar a titularidade, principalmente se os acusados não forem réus confessos."
Ontem, o corregedor afastou a
auditora federal Márcia Rodrigues da Rocha, por suspeitas de
envolvimento com o esquema.
Sem nem sequer ter começado,
a CPI do caso está provocando
desavenças na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
O futuro presidente da Casa,
Jorge Picciani (PMDB), aliado de
Garotinho, desautorizou ontem
tanto o futuro presidente da CPI,
Paulo Melo (PMDB), quanto o
deputado Carlos Minc (PT), cotado para uma das relatorias.
Melo disse anteontem que poderá convocar até a ex-governadora Benedita da Silva (PT). Em
resposta, Minc disse que convocará Garotinho. "A CPI é séria.
Não vou permitir que a vaidade
de Melo e de Minc atrapalhem as
investigações", afirmou Picciani.
Texto Anterior: Celso Pinto: O que há de asiático no ajuste externo Índice
|